Soja trabalha com oscilações tímidas nesta 3ª feira em Chicago esperando novo reporte do USDA

Publicado em 12/07/2016 07:50

O mercado internacional da soja espera pelo novo reporte mensal de oferta e demanda que será reportado nesta terça-feira (12) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trabalhando com estabilidade na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa registravam oscilações pouco expressivas, com pequenas altas de 1 a 3,75 pontos. A exceção ficava por conta do vencimento novembro/16, referência para a nova safra americana, que perdia, por volta de 7h30 (horário de Brasília), 0,50 ponto, para ser cotado a US$ 10,54 por bushel. 

Os traders realizaram lucros ao final do pregão de ontem já esperando, segundo explicam analistas, por números maiores da safra dos Estados Unidos, com uma revisão, principalmente, da produtividade. Os novos dados saem às 13h (Brasília). Ao mesmo tempo, porém, as informações sobre o clima no Corn Belt continuam dando direção aos preços e as últimas previsões indicam menos chuvas e temperaturas mais altas no intervalo dos próximos 6 a 14 dias. 

Ainda sobre a nova temporada, o mercado acompanha o desenvolvimento das lavouras e, em seu reporte semanal, o USDA trouxe um aumento de um ponto percentual nas plantações de soja em boas ou excelentes condições no país, para 71% até o último domingo. Além disso, mostra que o índice de lavouras de soja em fase de florescimento passaram de 22% para 40%, contra 31% da média plurianual. Ainda sobre a oleaginosa, 7% dos campos estão na fase de formação de vagens, também acima da média, que é de 5% para esse período do ano.  

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja realiza lucros no final do pregão à espera de números altos do USDA para nova safra dos EUA

Após trabalhar em campo positivo durante todo o dia, o mercado da soja na Bolsa de Chicago optou pela realização de lucros no final dos negócios e encerrou a sessão desta segunda-feira (11) com leves baixas. Apesar de fundamentos climáticos um tanto melhores para as cotações, a espera pelos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estdos Unidos) que chegam nesta terça-feira, 12 de julho, promoveram essa correção, segundo explicou o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. 

Assim, os principais vencimentos da oleaginosa concluíram os negócios perdendo entre 2,75 e 7 pontos, com o agosto/16 cotado a US$ 10,77 e o novembro/16, referência para a nova safra dos EUA, valendo US$ 10,55 por bushel. Os futuros do farelo e do óleo de soja também caíram e terminaram o dia com pequenas baixas, de menos de 1% na CBOT.

"Entre o boletim climático e a expectativa para o relatório desta terça-feira, o mercado trabalhou dos dois lados", diz Mariano. A projeção média dos traders para a produção norte-americana de soja é de 105,54 milhões de toneladas, contra os números de junho de 103,42 milhões. O aumento, ainda segundo explica o analista, poderia vir via produtividade maior, também estimada para ser revisada para cima pelo USDA, de 52,9 para 53,07 sacas por hectare. 

O reporte será divulgado às 13h (horário de Brasília) e, até que chegue, deve continuar trazendo volatilidade ao mercado de grãos em Chicago. E esses novos números deverão se chocar, ao longo do dias dias, com previsões climáticas para o Corn Belt que são atualizadas diariamente. "Esse é o grande conflito que acontece durante os meses de julho e agosto no campo dos pregões de bolsa", explica Mariano.  

Clima nos EUA

As previsões trazidas nesta segunda-feira indicam que no intervalo dos próximos 6 a 14 dias mostram uma continuidade das chuvas, porém em menor intensidade, e temperaturas mais elevadas. "E o aumento de temperatura já faz com que alguns tomem alguma precaução, e esse precaução nada mais é do que comprar o que estava vendido ou vender o que estava comprado anteriormente por parte dos fundos especulativos", explica Mariano. 

O Meio-Oeste norte-americano, segundo ilustram os mapas do NOAA, tem 60% a 80% de probabilidade de registrar temperaturas acima da média no intervalo dos próximos 6 a 10 dias. As chuvas, no mesmo período, poderiam ficar abaixo dessa média para a época, com 33% a 60% de probabilidade. Para o período de 18 a 24 de julho, ou seja, nos próximos 8 a 14 dias, o padrão é basicamente o mesmo: menos chuvas e mais calor. Entretanto, segundo informações apuradas pela Labhoro Corretora, na próxima semana - que começa em 17 de julho - há a previsão da chegada de um sistema de de alta pressão na região do Delta, o qual poderia trazer um tempo mais seco e temperaturas variando entre 33 e 38 graus. 

Leia mais:

>> EUA deve receber menos chuvas e registrar temperaturas mais altas nos próximos dias

Mercado Financeiro

A volatilidade no mercado de grãos, e demais commodities, não só as agrícolas, continua acentuada neste início de semana, e deve manter esse comportamento, não só pelo auge do mercado climático, mas também devido aos inúmeros fatores que vêm influenciando o andamento dos negócios no mercado financeiro global. 

"A volatilidade tem uma grande motivação financeira. As taxas de juros não mudando nos EUA, o dólar permanecendo caro diante de todas as outras moedas, isso, entre outros fatores, faz com que o mercado entenda também que deva haver uma motivação paralela para que os fundos façam as arbitragens", explica o analista da Novo Rumo. 

Demanda

Do lado da demanda, as notícias também são importantes nesta segunda-feira, com a chegada do novo reporte semanal de embarque de grãos do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e números acima das expectativas para a soja. 

Os Estados Unidos embarcaram, na semana encerrada em 7 de julho, 375,279 mil toneladas da oleaginosa, volume que ficou bem acima das 192,870 mil da semana anterior. Dessa forma, o total ficou acima das expectativas do mercado, que variavam de 140 mil e 330 mil toneladas. Ainda assim, o acumulado nesta temporada - de 44.829,858 milhões de toneladas - ainda se mostra abaixo do registrado no mesmo período do ano comercial anterior, quando 48.255,968 milhões de toneladas já tinham sido embarcados.   

Mercado Brasileiro

Ainda nesta segunda-feira, o dólar fechou em alta frente ao real - de 0,47% para R$ 3,31 - e permitiu que os preços da soja fechassem com algumas altas tanto no interior do Brasil, quanto nos portos nacionais. O movimento, entretanto, não foi um padrão e algumas praças de comercialização terminaram o dia registrando pequenas baixas, como Ubiratã e Londrina, ambas no Paraná, onde a cotaão cedeu 0,65% para R$ 76,50 por saca. 

No terminal de Rio Grande, a soja disponível subiu 0,58% para R$ 86,50 por saca, enquanto em Paranaguá o preço que mais cedo testou os R$ 91,00 por saca, fechou estável em relação à última sexta-feira (8) a R$ 89,00 . No mercado futuro, com a oleaginosa a ser embarcada em 2017, R$ 83,00 em Paranaguá e R$ 84,30 em Rio Grande, com ganhos de 1,22% e 0,96%, respectivamente. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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