Soja: Chuvas nos EUA e dados do financeiro pesam e cotações despencam nesta 3ª feira na CBOT

Publicado em 05/07/2016 17:39

As principais posições da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta terça-feira (5) com forte queda. Os contratos da oleaginosa fecharam o dia com perdas de até 60,25 pontos, bem perto do limite de queda, que é de 65 pontos no caso da commodity. No total, os vencimentos acumularam desvalorizações de quase 5%. O contrato julho/16 era cotado a US$ 11,17 por bushel, enquanto o novembro/16 era negociado a US$ 10,77 por bushel. E as posições mais distantes perderam o patamar de US$ 11 por bushel.

De acordo com informações do noticiário internacional, as informações vindas do mercado financeiro e as previsões de chuvas no Meio-Oeste dos EUA pesaram sobre as cotações da soja. "Tivemos algumas preocupações em relação à economia da China e qual será o impacto da possível saída do Reino Unido da Zona do Euro. E os fundos especulativos têm grande posições compradas nas commodities, mas quando temos uma aversão ao risco, eles acabam liquidando suas posições, o que também ajuda a pressionar negativamente as cotações", afirma o consultor de mercado da FCStone, Glauco Monte.

No caso do clima, chuvas foram registradas em algumas localidades do Meio-Oeste do país no final de semana prolongado. "As precipitações ocorreram com menor intensidade do que o previsto. Porém, temos a atualização dos mapas climáticos, que indicam um volume maior de chuvas nos próximos 7 dias", disse a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro.

Ainda segundo dados reportados pela corretora, no final de semana, os estados de Kansas e Missouri, as chuvas ficaram próximas de 100 mm. Algumas localidades de Indiana e o centro sul de Illinois receberam precipitações ao redor de 50 mm. Por outro lado, áreas importantes como Iowa não receberam chuvas. Já nos próximos 7 dias, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indica maior volume de chuvas na região. Alguns estados como Minnesota, Wisconsin, Iowa, Missouri  e Illinois podem ter precipitações acumuladas entre 50 mm até 75 mm.

"Não acabou o risco de problema com o clima na safra dos EUA, estamos no período de mercado climático, conhecido por grande volatilidade. Se voltarmos a ter indicações de tempo seco, os preços podem recuperar parte das perdas", completa Monte.

Outro fator que, segundo os analistas, também contribuiu para as perdas desta terça-feira foi o relatório de embarques semanais, do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia 30 de junho, os embarques de soja nos EUA ficaram em 191,426 mil toneladas. Na semana anterior, os números ficaram em 295,816 mil toneladas. Já as apostas dos investidores giravam entre 200 mil a 400 mil toneladas da oleaginosa. No acumulado da temporada, os embarques do grão somam 44.454,692 milhões de toneladas, frente as 48.109,838 milhões de toneladas da temporada anterior.

Os investidores ainda aguardam o relatório de acompanhamento de safras do departamento. O órgão norte-americano atualiza no final da tarde de hoje os números das condições das lavouras de soja no país. Até a semana anterior, cerca de 72% das plantações estão em boas ou excelentes condições.

Mercado interno

Apesar da alta do dólar, a queda em Chicago acabou pressionando as cotações da oleaginosa nos portos brasileiros. Em Paranaguá, o preço disponível caiu 4,21%, com a saca de soja a R$ 91,00, já o futuro ficou em R$ 84,00 a saca e perda de 6,67%. No terminal de Rio Grande, o valor disponível recuou para R$ 88,00 a saca, com perda de 5,38%. O preço futuro ficou em R$ 84,10 a saca e desvalorização de 6,56%.

No mercado interno, as cotações também recuaram em algumas praças, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Jataí (GO), o valor caiu para R$ 72,50 a saca, com queda de 4,61%. Nas praças de Londrina e Ubiratã, ambas no Paraná, a desvalorização foi de 1,89%, com a saca da oleaginosa a R$ 78,00.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, disse que "a recente queda do dólar acabou afastando os vendedores". No caso da safra velha, cerca de 18% da produção ainda precisa ser negociada, já da nova temporada, em torno de 35 milhões de toneladas comercializadas antecipadamente.

Dólar

Já o dólar subiu 1,11% nesta terça-feira e fechou o pregão a R$ 3,3010 na venda. De acordo com a agência Reuters, a movimentação positiva é decorrente de uma nova onda de mau humor nos mercados globais diante da decisão do Reino Unido em deixar a Zona do Euro. E mais uma vez, o Banco Central atuou no mercado para sustentar as cotações.

Veja como fecharam as cotações nesta terça-feira:

>> SOJA

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário