Especuladores intensificam atuação no mercado e soja fecha o dia com forte queda em Chicago

Publicado em 20/06/2016 17:15

Na sessão desta segunda-feira (20), o complexo soja fechou seus negócios com baixas significativas na Bolsa de Chicago, cmo as perdas lideradas pelo grão. Os futuros da oleaginosa recuaram mais de 1% - ou registrando perdas de 14,75 a 16 pontos - nas posições mais negociadas, levando o novembro/16 a US$ 11,32.O movimento foi acompanhado pelos futuros do farelo e, entre os do óleo de soja, as perdas variaram entre 0,87% e 0,90%.

A semana começou com baixas bastante agressivas não só para o mercado internacional, mas chegou também ao mercado brasileiro, principalmente nos portos. O recuo dos preços em Chicago, afinal, foram intensificados por um novo dia de forte queda do dólar frente ao real. A moeda norte-americana chegou a perder mais de 1% ao longo do dia e ia encerrando a sessão ainda abaixo dos R$ 3,40. 

Nos portos, a soja fechou a segunda-feira no disponível com R$ 97,00 em Paranaguá e R$ 92,00 em Rio Grande, baixas de 1,52% e 1,08%, respectivamente. Já no mercado futuro, nos negócios com a safra 2016/17, as últimas referências foram de R$ 90,00 e R$ 90,50, com queda de 1,10% e 1,09%. 

Esta é a segunda semana em que os preços da soja vêm perdendo força no mercado futuro norte-americano, influenciado pelas especulações climáticas para a nova safra dos Estados Unidos e pela cautela inspirada pelo financeiro. A realização de lucros intensa, portanto, pesa sobre os negócios brasileiros e o colchão para os preços da soja nacional vêm dos prêmios. E com as baixas de Chicago, esses valores têm ainda mais força. 

"O movimento de alta nos preços da soja no Brasil, que esteve em ritmo acelerado por cerca de 10 semanas, perdeu força no início da segunda quinzena de junho. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio das recentes chuvas no Meio-Oeste dos Estados Unidos, que beneficiaram as lavouras de soja, levando à expectativa de maior produtividade naquele país", informaram os pesquisadores do Cepea em um informe divulgado nesta segunda-feira. " A queda externa foi compensada em partes pela valorização do dólar na semana passada e também pelos maiores prêmios de exportação da soja brasileira", completa a nota.

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Nesse quadro, muitas praças de comercialização conseguem, portanto, manter alguma estabilidade nos preços da saca de soja, embora estejam em patamares ligeiramente mais baixos do que os registrados nas máximas batidas no início do mês. Esse é o caso, nesta segunda, de Panambi/RS, onde segue o valor de R$ 83,04; Ponta Grossa/PR, com R$ 92,00; São Gabriel do Oeste/MS e Sorriso/MT, com R$ 85,00. 

Por outro lado, em Jataí/GO, foi observada uma baixa de 1,27% para R$ 78,00 por saca, de 4,45% em Assis/SP para R$ 84,02 e em Tangará da Serra/MT, para R$ 82,00 por saca. Enquanto isso, em Itapeva/SP, o preço subiu, nesta segunda-feira, 3,41% para R$ 88,90. 

Segundo explicam analistas, o mercado brasileiro tem respeitado, neste momento e, principalmente, por conta dessa apertada relação de oferta e demanda, as particularidades de cada região produtora. Como sinaliza o consultor de mercado Ênio Fernandes, no Centro-Oeste, por exemplo a escassez já começa a aparecer e elevar os prêmios pagos pela indústria local. 

Mercado Internacional

Na Bolsa de Chicago, o momento é de mercado climático, especulação e realização de lucros, segundo sinalizam os analistas internacionais. Desde o meio de março, os futuros da oleaginosa, afinal, já subiram cerca de 20%. Os demais grãos acompanharam o recuo nesta segunda-feira. 

"Os futuros dos grãos foram atingidos por essa forte realização de lucros dada as previsões de clima indicando, para as próximas duas semanas, um tempo mais úmido e com temperaturas mais amenas", disse o analista de mercado Bryce Knorr, do portal Farm Futures. 

Assim, ainda de acordo com analistas, a tendência é de que os investidores retirem parte dos prêmios de risco climático dos preços, os quais levaram as cotações aos últimos rallies de alta na CBOT. Olhando mais adiante, no entanto, ainda há riscos para a safra norte-americana no médio e longo prazo de seu desenvolvimento, com as chuvas podendo ser reduzidas e com uma nova elevação das temperaturas, segundo o Commodity Weather Group. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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