Soja volta a subir no interior do Brasil com pouca oferta e prêmios historicamente altos

Publicado em 15/06/2016 17:51

Na sessão desta quarta-feira (15), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago recuaram pelo terceiro dia consecutivo. As posições mais negociadas perderam entre 10,75 e 13,50 pontos, com o julho terminando os negócios a US$ 11,56 e o novembro com US$ 11,38 por bushel.

Além de um movimento mais intenso de tomada de lucros por parte dos fundos de investimento, o mercado internacional operava com cautela à espera de informações do financeiro, especialmente sobre os juros nos Estados Unidos. No meio da tarde, o Federal Reserve se pronunciou afirmando que irá manter as taxas no país, porém, já sinalizando duas possíveis mudanças, sendo uma ainda em 2016 e outra no ano que vem. 

"No entanto, os mercados externos tiveram poucas reações com as notícias do Fed. O dólar (no exterior) manteve a baixa, porém, próximo do intervalo da máxima da última terça-feira. Para a próxima semana, expectativas sobre a permanência ou a saída do Reino Unido na Zona do Euro", explicou Bob Burgdorfer, analista internacional do portal Farm Futures. 

No Brasil, a moeda norte-americana também encerrou o dia em campo negativo, perdendo 0,39% e sendo cotada a R$ 3,4665. A sessão foi de volatilidade, principalmente depois de chegada a notícia de uma delação premiada na Operação Lava-Jato citando o presidente interino Michel Temer, o que fez com que a divisa batesse na máxima dos R$ 3,5019. 

Assim, os preços da soja nos portos do Brasil também recuaram, com exceção do disponível em Paranaguá que permaneceu estável nos R$ 98,50 por saca nesta quarta-feira. Já o produto da nova safra perdeu 1,09% e foi a R$ 91,00. No terminal de Rio Grande, o disponível fechou o dia com R$ 94,00 - caindo 1,98% - e o futuro com R$ 92,50, recuando 0,54%. 

No interior do Brasil, a situação é diferente, já que a pouca oferta disponível é disputada e ainda permite novas altas nas cotações e, inclusive, nos prêmios. E os prêmios que vêm sendo registrados nessa época são recordes para o período, uma vez que nunca foram tão elevados, afinal, historicamente os prêmios mais altos aconteciam a partir de agosto. Mas a entressafra, nesta temporada, chegou bem mais cedo. 

Em Mato Grosso, as praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis têm R$ 86,00 por saca e alta de 1,18%, Sorriso, R$ 87,00. Em Jataí/GO, o valor subiu 0,63% e foi a R$ 80,00. As demais apresentaram estabilidade e mantendo patamares elevados. 

Clima nos Estados Unidos

Ainda na Bolsa de Chicago, a outra frente que ganha a cada nova sessão mais influência sobre o andamento dos futuros da soja é o clima nos Estados Unidos, além da relação apertada da oferta com a demanda. "As condições continuam muito favoráveis para o campo, com algumas chuvas chegando ao Meio-Oeste americano esta semana", diz Burgdorfer. Já para a próxima semana, já espera um tempo mais quente e seco, mas ainda sem trazer preocupações excessivas entre os produtores. 

E o analista internacional completa dizendo que "enquanto o o clima quente e seco pode afetar a soja, a maior ameaça se dá sobre o milho, que pode ser afetado durante a polinização no início de julho". 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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