Soja opera estável na Bolsa de Chicago nesta 3ª feira aguardando novos números do USDA

Publicado em 10/05/2016 07:51

Na sessão desta terça-feira (10), o mercado da soja na Bolsa de Chicago opera com estabilidade à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chegam hoje. A instituição traz seu novo reporte mensal de oferta e demanda e, depois das baixas registradas ontem, os traders parecem buscar uma correção para as cotações. Assim, por volta das 7h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 2,50 e 3 pontos, levando o junho/16 a US$ 10,28 por bushel. 

Há, segundo os analistas, dois focos principais para o mercado de grãos neste boletim, sendo um deles os ajustes esperados para a safra 2015/16 da América do Sul e para a demanda mundial, além dos primeiros números oficiais da safra 2016/17 dos Estados Unidos. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Em dia turbulento na política do Brasil, dólar sobe e puxa preços no mercado nacional

A semana começou turbulenta e aquecida no Brasil. Nesta segunda-feira, 9 de maio, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA) informou sua decisão de anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na casa e trouxe muito nervosismo ao mercado financeiro nacional. O Ibovespa, imediatamente, despencou  e o dólar disparou. A moeda norte-americana chegou a registrar um ganho de mais de 5%, passou de R$ 3,60, e foi um dos principais fatores de pressão sobre as commodities agrícolas nesta sessão, especialmente a soja negociada na Bolsa de Chicago. 

Os futuros da oleaginosa iniciaram o dia em campo positivo, testando alguns pequenos ganhos diante de fundamentos ainda positivos, porém, com a pressão do câmbio e mais um intenso movimento de realização de lucros, voltaram a cair e encerraram o dia perdendo entre 7 e 8,25 pontos entre as posições mais negociadas. O contrato junho/16 terminou o pregão valendo US$ 10,26 por bushel. 

No Brasil, portanto, os preços da soja parecem ter dado mais atenção à alta do dólar do que às baixas registradas em Chicago, efetivamente. Com preços acima dos R$ 70,00 em praticamente todas as principais praças de comercialização no interior do país, os ganhos desta segunda-feira ficaram entre 0,71% e 7%. Em Tangará da Serra/MT, por exemplo, alta de 5,88% para R$ 72,00 por saca; em Panambi/RS, por outro lado, um avanço mais tímido de 0,75% para R$ 72,54. 

Nos portos, os preços acompanharam a valorização em alguns casos e, em outros, mantiveram sua estabilidade. No terminal de Paranaguá, R$ 84,00 no disponível, estável, e alta de 0,58% para R$ 86,00 no mercado futuro, embarque previsto para março de 2017. Já em Rio Grande, o produto disponível subiu 1,81% para R$ 84,50, enquanto o futuro se manteve com R$ 87,00 por saca. 

O terreno delicado para os preços e as incertezas sobre o futuro político e econômico do Brasil, entretanto, não permitiram um avanço expressivo dos negócios neste início de semana. "Quanto tudo isso começou a aparecer, sumiram os vendedores e sumiram os compradores. Pouquíssimos negócios", relata Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Além disso, o produtor brasileiro já tem, segundo informações da França Jr. Consultoria, 68% da safra 2015/16 comercializada e os número fica acima do registrado no mesmo período da safra 2014/15, de 60%, e da média dos últimos cinco anos, que é de 65%. "Essa evolução em ritmo
superior ao padrão esteve essencialmente ligada à melhora de preços observada durante o mês de abril", explica o analista de mercado Flávio França Jr.

Bolsa de Chicago

As baixas operadas em Chicago na sessão desta segunda-feira foram motivadas, ainda de acordo com o que explicam analistas, por um movimento de correção técnica do mercado, principalmente depois de as cotações terem se aproximado dos US$ 10,50 por bushel, como um proteção às vésperas do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

"Essas baixas não são motivadas por nenhum fator entre os fundamentos, trata-se apenas de proteção antes do USDA. É, mais uma vez, um mercado técnico", diz Brandalizze. Além disso, o viés de alta para as cotações - que ainda vêm o patamar dos US$ 10,50 como um limite para as cotações - ainda é mantido pela menor oferta na América do Sul, pela incerta safra dos EUA - que poderia ter uma redução de área, segundo expectativas do mercado e projeções preliminares - além de uma demanda crescente e aquecida. 

Em abril, as importações de soja da Chinaaumentaram, em relação ao mesmo mês de 2015, 33% para alcançarem as 7,07 milhões de toneladas. Em relação a março deste ano, o aumento foi de 15,9%. O volume para o mês foi recorde.  

"Os fundos estão comprando de volta algumas posições e os movimentos estão dando suporte aos preços", disse um corretor japonês à agência Reuters Internacional. "Estamos vendo uma demanda forte da China, com um reaquecimento do setor de suínos, o que significa ainda mais demanda também por farelo para alimentar os animais. E ao mesmo tempo, há preocupações com a oferta - de grão e de farelo na Argentina", completa. 

Além disso, os números dos embarques semanais de soja dos EUA, também reportados pelo USDA nesta segunda, vieram fracos e ajudaram no recuo das cotações. 

Na semana encerrada em 5 de maio, foram embarcadas 111,314 mil toneladas de soja em grão, contra 180,178 mil da semana anterior. Os números não têm sido tão expressivos, segundo explicam analistas internacionais, em função de uma demanda internacional ainda bastante focada na oleaginosa da América do Sul, principalmente durante o mês de abril. Somente no último mês, o Brasil exportou um recorde de mais de 10 milhões de toneladas de soja em grão. 

No acumulado da temporada, o total já embarcado pelos Estados Unidos é de 42.875,705 milhões de toneladas, enquanto no mesmo período da temporada 2014/15 era de 46.238,699 milhões de toneladas. 

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Notícias Agrícolas

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