Soja atua com estabilidade na CBOT nesta 2ª, mas dólar pressiona preços nos portos do Brasil

Publicado em 28/03/2016 13:45

Nesta segunda-feira (28), os preços da soja praticados nos portos apresentaram, no início da tarde, algum recuo em função de uma nova baixa do dólar frente ao real. No terminal de Rio Grande, o produto disponível valia R$ 76,10 por saca, recuando 1,42%, enquanto o futuro era negociado a R$ 77,10, caindo 1,15%. Ao mesmo tempo, a moeda norte-americana perdia 1,14% era cotada a R$ 3,639. 

Os investidores acreditam que, nesta terça-feira (29), o PMDB deva anunciar sua saída do governo e dar ainda mais combustível para o fim do governo da presidente Dilma Rousseff. "É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.

O que ainda limita as perdas causadas pelo câmbio são os altos valores dos prêmios praticados nos portos brasileiros. Em Paranaguá, por exemplo, as principais posições de entrega vêm pagando de 45 a 52 cents de dólar acima dos preços praticados na Bolsa de Chicago. E o movimento de alta vem se dando mesmo com o dólar mais baixo das últimas semanas motivando, segundo explicam analistas, uma procura maior dos importadores pela soja norte-americana, a qual estaria mais competitiva neste momento. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, mercado estável na tarde desta segunda-feira. Por volta das 15h15 (horário de Brasília), os principais vencimentos voltavam a recuar e perdiam, nas posições mais negociadas, entre 0,50 e 1,75 pontos. Assim,  o contrato maio era negocido a US$ 9,09, enquanto o setembro ia a US$ 9,19 por bushel.  

"Suporte à soja na CBOT continua por liquidação de posições vendidas dos fundos por expectativa de deslocamento da demanda por soja da América do Sul para os EUA. Nesse mês, o Real e o Peso argentino acumulam valorização próxima de 8% frente ao dólar, reduzindo o interesse de fixação de preço por parte dos produtores. Na prática isso ainda não tem gerado novas vendas nos EUA, que ainda oferta soja para embarque maio acima da Argentina, já incluindo diferencial de frete", explicam analistas da Agrinvest Commodities.

Entretanto, os analistas internacionais já sinalizam uma possível falta de direção para as cotações, uma vez que no final desta semana, no dia 31 de março, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte de estoques trimestrais e pode impactar o andamento dos preços, além do reporte com a atualização das projeções de área de plantio da safra 2016/17, que também chega na próxima quinta. 

"Não tenho muita direção para o mercado. Há alguma cobertura de posiçõe no trigo e na soja, nesta segunda em Chicago, antes da chegada do novo boletim do USDA", diz Kaname Gokon, analista de mercado japonês da corretora Okato Shoji em entrevista à agência de notícias Reuters. 

Além disso, o mercado ainda inicia a semana atento ao andamento das cotações do petróleo, que sinalizaram uma recuperação nos últimos dias, ao dólar frente ao real e demais moedas emergentes, bem como à conclusão da safra da América do Sul e ao início da nova dos Estados Unidos.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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