Soja: Mercado busca se consolidar acima dos US$ 9 em Chicago e fecha em alta nesta 2ª feira

Publicado em 21/03/2016 17:47

A semana começou positiva para os preços da soja, com altas sendo registradas na Bolsa de Chicago e no mercado brasileiro nesta segunda-feira (21). No cenário interno, os negócios tiveram ainda o suporte do dólar, que também fechou em campo positivo. A moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 0,80% e valendo R$ 3,6103.

Os valores estão subindo, principalmente nos portos de exportação, onde há suporte ainda dos prêmios elevados pagos pelo produto nacional. Em Paranaguá, as principais posições de entrega pagam de 43 a 48 centavos de dólar sobre as cotações praticadas em Chicago. no porto de Paranaguá, alta de 1,33% para R$ 76,00 por saca no disponível e estabilidade em R$ 76,50 no mercado futuro, embarque maio/16. No terminal de Rio Grande, R$ 74,20 no disponível, subindo 0,54%, e a oleaginosa com embarque junho/16 a R$ 75,50, ganhando 0,67%. 

Nas praças de Mato Grosso, como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, os preços subiram, respectivamente, 5,45% e 3,64%, para alcançarem os R$ 57,00 e R$ 58,00 por saca. Já as demais praças registraram, nesta segunda, leves recuos ou mantiveram-se estáveis. 

Os negócios, entretanto, e apesar de uma ligeira retomada do dólar, seguem caminhando em ritmo lento. Somente neste mês, a divisa acumula uma baixa de mais de 10%, ao mesmo tempo em que a turbulência política se intensificou e também vem desmotivando as operações. Além do mais, as vendas antecipadas feitas no ano comercial 2015/16 foram bastante elevada e a postura do produtor brasileiro, no presente cenário, é de seguir retido, esperando, com cautela, os próximos desdobramentos do quadro nacional, apesar da chegada de algumas oportunidades com os rallies em Chicago, os ligeiros picos de dólar e os prêmios elevados. 

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o pregão com todas as posições acima dos US$ 9,00 por bushel e ganhos de mais de 4 pontos entre os contratos mais negociados. O vencimento maio/16, referência para a safra brasileira, fechou com US$ 9,02, enquanto o agosto/16 foi a US$ 9,10. 

Segundo relatou Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, a soja só recuo em três das últimas 15 sessões da CBOT e, com isso, vem se consolidando, de forma gradual em patamares mais elevados. E entre os principais fatores de estímulo às cotações, está, como explica o analista, a volta dos fundos de investimento às commodities agrícolas. 

"A movimentação do mercado tem se dado, muito mais, pela atitude dos fundos, que vêm muito vendidos, e há muito tempo vendidos. Então, estão começando a repor essas posições, e aos poucos, estão caminhando para comprar mais. Esta atitude tem dado essa consistência das últimas 15 sessões", diz.

Ainda segundo Motter, uma demanda internacional muito consistente, principalmente por parte da China, e que tem se direcionado para o produto norte-americano é outro componente desse momento positivo para as cotações, até porque, com a recente queda do dólar, o Brasil, e também a Argentina, perderam competitividade no mercado internacional. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta segunda-feira (21), seu novo reporte semanal de embarques de grãos. Os embarques semanais de soja somaram 467,658 mil toneladas, contra 715,847 mil da semana anterior e frente a projeções de 440 mil a 680 mil toneladas. No acumulado da temporada, os Estados Unidos já embarcaram 40.852,492 milhões de toneladas, contra os 43.664,447 milhões do ano comercial 2014/15.  

Além disso, o mercado internacional vê ainda uma grande incerteza sobre as condições de clima que a nova safra de grãos dos Estados Unidos enfrentará na temporada 2015/16, principalmente se o El Niño irá se converter em um La Niña e de que forma impactará o país. E as próximas previsões deverão, portanto, contribuir para a tomada de decisões sobre a área de plantio por parte dos produtores norte-americanos. 

Analistas internacionais destacaram ainda o excesso de chuvas em regiões portuárias do Brasil dando suporte aos preços, uma vez que volta a atrasar o embarque dos grãos no país. "Além disso, há ainda uma clima mais seco na Argentina previsto para esta semana que também exige atenção", diz Bryce Knorr, analista sênior de grãos do portal internacional Farm Futures. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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