Soja: Queda do dólar favorece altas em Chicago, mas pressiona preços em até 4% no Brasil

Publicado em 02/03/2016 18:05

Na sessão desta quarta-feira (29), o mercado da soja na Bolsa de Chicago fechou com altas de 3,50 a 4 pontos nos principais vencimentos em um dia de recuperação para as cotações. Porém, como explicou o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o movimento foi motivado, mais uma vez, pelo humor ligeiramente melhor do mercado financeiro, e não representa uma mudança de direção para as cotações. 

O contrato maio/16, referência para a safra brasileira, fechou o dia valendo US$ 8,62 por bushel, enquanto o julho/16 encerrou os negócios cotado a US$ 8,68. 

Já no Brasil, com uma nova queda do dólar nesta quarta, os preços recuaram de forma generalizada. No interior do país, as baixas variaram entre de 0,68% a 4,07% entre as principais praças de comercialização. Em Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis e Sorriso, os valores perderam o patamar dos R$ 60,00 e fecharam o dia com R$ 59,00 por saca. 

Nos portos, os valores oscilam entre R$ 75,50 - para o disponível e futuro em Paranaguá - a R$ 77,50 no terminal de Rio Grande para o produto a ser entregue em junho deste ano e a R$ 76,50 no disponível, também no porto gaúcho. 

Com preços menores em Chicago - mesmo com as pequenas altas desta quarta - o impacto de um recuo do dólar, ainda segundo analistas, ganha ainda mais força. A moeda norte-americana perdeu 1,35% e fechou com R$ 3,8877, registrando seu menor patamar deste ano e desde 29 de dezembro. 

"A sensação que eu tenho é que o mercado está lentamente percebendo que aquele período de pressão forte ficou para trás e está desmontando as posições compradas", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold à agência de notícias Reuters. 

Bolsa de Chicago

Se de um lado o dolár pesou sobre as cotações da soja no Brasil, de outro, favoreceu o bom andamento dos preços na Bolsa de Chicago, já que o comportamento da divisa acaba tornando a commodity negociada na bolsa americana mais atrativa para os investidores. 

Como explicou o analista de grãos sênior da consultoria internacional Price Futures, Jack Scoville, esse ainda é um comportamento técnico do mercado, depois que as cotações se aproximaram de seu nível de suporte nos US$ 8,50 por bushel e estimulou um reajuste de posições. 

"Os especuladores continuam operando ainda bastante 'curtos' nesses mercados. Estamos todos esperando por novidades sobre o plantio ou a distribuição de área nos Estados Unidos, mas parece que a maioria dos produtores devem voltar às suas rotações normais de cultura", disse o analista ao portal G1. 

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Além disso, Scoville afirma que os volumes de negócios estão ainda baixos, com poucas notícias chegando também do piso da Bolsa de Chicago.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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