Soja inicia a semana operando com boas altas na Bolsa de Chicago nesta 2ª feira

Publicado em 22/02/2016 07:46

A semana começa positiva para os preços da soja na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa, por volta das 7h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (22), subiam entre 6 e 6,25 pontos, levando os contratos mais distantes a superarem os US$ 8,90 por bushel novamente. 

Os traders internacionais acompanham ainda a conclusão da safra da América do Sul, na medida em que acompanha as primeiras especulações da temporada dos Estados Unidos, já que entre os dias 25 e 26 de fevereiro, próximas quinta e sexta-feira, acontece o USDA Agricultural Outlook Forum que traz as primeiras projeções oficiais para a campanha 2016/17. 

Paralelamente, a primeira sessão da semana é positiva ainda para as ações chinesas, que fechou a sessão desta segunda com altas de mais de 2%, registrando suas máximas em quatro semanas. "Os investidores comemoraram a decisão de Pequim de substituir o chefe do principal regulador de valores mobiliários e sinalizar que o governo está aumentando seus esforços de estímulos econômicos", informou a agência de notícias Reuters.

Leia mais:

>> Ações chinesas sobem mais de 2% com novo regulador e estímulos

Veja como fechou o mercado na última semana:

Soja: Semana fecha com 25% da área colhida no BR e alta de mais de 2% dos preços no interior

A semana termina, nesta sexta-feira 19 de fevereiro, com cerca de 25% da área plantada com soja em todo o Brasil já colhida, segundo o último levantamento da França Junior Consultoria. Ao lado da variação do câmbio, esse foi o foco do mercado nacional nos últimos dias. E, no balanço semanal, o resultado foi, mais uma vez, positivo tanto para os preços praticados no interior do país, quanto nos portos. 

Nas praças de Mato Grosso, os preços da soja fecharam a semana com ganhos de mais de 2,4% e terminaram os negócios com R$ 63,00 em Tanagrá da Serra e R$ 62,50 por saca em Campo Novo do Parecis. Em São Gabriel do Oeste/MS, alta de 1,56% para R$ 65,00 e em Não-Me-Toque/RS, o valor foi a R$ 72,00, subindo 1,41%. No Paraná, as cotações exibiram estabilidade em Ubiratã e Londrina, fechando com R$ 69,50, e em Cascavel, queda de 0,72% para R$ 69,00. 

Há de se destacar, porém, que algumas regiões do país têm ofertado valores que pagam ainda melhor os produtores brasileiros do que a liquidação na exportação. A demanda interna, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, é forte - já que o momento é positivo para as indústrias processadoras dado o cenário para o farelo e o óleo de soja, resultando em uma busca maior por matéria-prima nesse momento. 

No porto de Paranaguá, balanço semanal positivo também para a soja tanto disponível quanto da nova safra, com entrega para março, com valores de R$ 80,50 e R$ 79,50, respectivamente, subindo 1,90% e 1,27% Já no de Rio Grande, altas de 1,37% e 1,46%, para R$ 81,10 e R$ 83,20. 

Segundo Flávio França Junior, os trabalhos avançaram bem na última semana e superaram, dessa forma, os índices do ano passado. "A colheita segue  mantendo ritmo mais
rápido do que os 21% anotados em igual momento de 2015, e também sobre os 22% da média normal para cinco anos".

E é na conclusão desses trabalhos que os produtores brasileiros estão focados agora, deixnando, por mais uma semana, o ritmo das vendas bastante lento, com operações apenas pontuais e sem evolução. Assim, o restante da comercialização da safra 2015/16, segundo acreditam analistas, deve dar-se somente com a colheita mais evoluída e, principalmente, diante de um horizonte mais claro sobre a situação econômica do país. 

Nesta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou, novamente, a nota de crédito do país e intensificou as preocupações com os desafios que o governo tem adiante e trouxe ainda mais especulação sobre o futuro do dólar frente ao real neste cenário. "A comercialização do restante da safra 2015/16 de soja do Brasil vai se dar sobre a taxa de câmbio", afirmou o diretor de inteligência do mercado de grãos da Cerealpar, Steve Cachia. 

Nos últimos dias, a moeda norte-americana trabalhou com intensa volatilidade, porém, retomou o patamar dos R$ 4,00, sendo a principal responsável pela manutenção dos valores pagos pela soja brasileira ainda atrativos, bem como mantém ainda sua clara competitividade frente a seus maiores concorrentes, especialmente os EUA. 

Na semana, a divisa acumulou um ganho de 0,83% e fechou a sessão desta sexta-feira (19) cotada a R$ 4,0227. No pregão, porém, a moeda perdeu 0,65%. "O mercado estava muito agitado nesta semana e agora precisa diminuir a marcha um pouco, recarregar as energias", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters.

Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a semana foi mais curta já que, na última segunda-feira (15), foi comemorado o Dia do Presidente e as operações por lá não aconteceram. Assim, no balanço final, menos sessões e oscilações ainda mais tímidas do que as registradas anteriormente. 

As posições mais negociadas fecharam com pequenas altas que variaram de 0,40% a 0,63%, e a primeira delas, novamente, abaixo dos US$ 8,80 por bushel e valendo US$ 8,78. Já o maio/16, que atua como referência para a safra do Brasil, terminou com US$ 8,80. 

"A falta de novos fundamentos que incentive os fundos de investimento a direcionarem novos movimentos tem tirado o brilho dos negócios em Chicago. Com uma posição bem carregada de contratos vendidos no grão, os fundos precisam estar convencidos e embasados para seguirem na linha de venda", explica a analista de mercado Andrea Sousa Cordeiro, da Labhoro Corretora. "Na dúvida, toda e qualquer oportunidade de rally está sendo aproveitada pelos fundos", completa.

Sem novidades, o mercado internacional, que já conhece seus fundamentos, cria essas oportunidades, ainda como explica Andrea, à espera da conclusão da safra da América do Sul e sobre as notícias que chegam do mercado financeiro internacional, as quais também trazem volatilidade.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário