Soja: Com mercado de lado em Chicago e atraso da safra do BR, ritmo de negócios perde força

Publicado em 01/02/2016 17:00

O mercado da soja na Bolsa de Chicago operou em campo negativo durante todo o pregão desta segunda-feira (1), testou baixas mais acentuadas no início da tarde, porém, encerrou o dia com estabilidade. As posições mais negociadas, portanto, terminaram os negócios caindo entre 1,25 e 2,25 pontos, e todas acima dos US$ 8,80. O maio/16, referência para a safra brasileira, terminou a primeira sessão da semana com US$ 8,82. 

"O dia foi de mercado técnico em Chicago nesta segunda-feira. Os traders liquidaram (parte de suas posições) depois que as cotações evoluíram melhor do que o esperado na última sexta-feira (29), e também pela falta de novidades. O dia foi de pequenos ajustes", explicou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Dessa forma, o ritmo dos negócios - tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil - também diminuiu bastante. Os produtores norte-americanos, que estão lutando para manter sua competitividade, pararam de vender e, os brasileiros estão apenas entregando os seus contratos já firmados anteriormente e ainda com atraso, conforme relatou Brndalizze. E entre os americanos, começa a pesar ainda as decisões sobre a safra 2016/17, preços tanto de soja como de milho abaixo dos custos de produção e dos investimentos que serão feitos, ou não, na próxima temporada. 

"O produtor está 'confortável' em não vender agora e ele está correto", diz o consultor. Afinal, segundo ele, as cotações ainda contam com alguma recuperação em potencial e poderiam alcançar, novamente, o patamar dos US$ 9,00 por bushel. Porém, são necessárias novidades fortes para estimular esse movimento e, pelo menos para as próximas duas semanas, esta não é a tendência. 

Nos próximos dias começa o feriado do Ano Novo Lunar da China e, durante esse período, o país não deve participar do mercado de forma tão ativa, e os negócios devem cair ainda mais. "As próximas deverão ser semanas frouxas de negócios em Chicago. Os investidores deverão esperar o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA, que só sai na próxima semana, e assim, até lá, o mercado em Chicago, deve caminhar de lado já que o mercado está carente de informações", acredita Brandalizze. 

Outro fator que poderia trazer mais força aos preços são as condições de clima na América do Sul. Enquanto no Brasil, o excesso de chuvas na época de colheita em importantes estados produtores, na Argentina, as atenções se voltam ao tempo mais seco. "A seca começa a aparecer na Argetina e, se o país tiver perdas efetivas, o mercado pode sentir", diz o consultor. 

Preços no Brasil

No Brasil, além do atraso da safra fazendo com que os produtores reduzam o ritmo da comercialização da soja, uma baixa do dólar ajuda a travar o mercado interno. Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana perdeu o patamar dos R$ 4,00 e registrou, após três sessões consecutivas de baixas, o mais baixo nível de 2016. 

O dólar caiu 1,62% e fechou o dia valendo R$ 3,95 na venda. Com isso, nos portos de exportações, os preços que não apresentaram recuo ficaram estáveis. Em Paranaguá, R$ 80,00 no disponível e R$ 79,00 para a nova safra, ambas com estabilidade no encerramento dos negócios. No terminal de Rio Grande, R$ 81,50 para a soja entregue em março/16, que fechou com baixa de 2,40%. 

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No interior do país, dia misto para as cotações. Enquanto em algumas praças, princnipalmente as da região Sul do país, perderam força, em Mato Grosso, os valores subiram. Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em MT, avançaram 1,56% para R$ 65,00 por saca. Afinal, apesar do dólar em queda, a disputa pela soja é forte entre as demanda interna e externa e o o produto da temporada 2015/16 vem chegando com atraso ao mercado. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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