Grãos: Na última sessão de 2015, mercado opera com estabilidade em Chicago nesta 5ª

Publicado em 31/12/2015 06:15 e atualizado em 31/12/2015 08:18

Na útima sessão de 2015, o mercado de grãos na Bolsa de Chicago trabalha com estabilidade. Nesta quinta-feira (31), por volta das 8h40 (horário de Brasília), os futuros da soja subiam pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos, enquanto os do milho registravam pequenos ganhos de 0,50 a 0,75 ponto. 

Para fechar o ano com bons resultados e depois de uma semana um tanto volátil, os fundos atuam ajustando suas posições e assim, o mercado segue se comportando ainda de forma técnica e caminhando de lado. Entre os fudamentos, os traders já não contam com muitas novidades. 

No caso da soja, os problemas enfrentados pelo Brasil com sua nova  safra já vêm sendo acompanhados e, segundo analistas, deve continuar no radar dos investidores e ganhando cada vez mais peso. 

Ao mesmo tempo, crescem ainda as especulações sobre a nova safra da Argentina, que influencia também o milho, principalmente depois da eleição que colocou Maurício Macri na presidência da República trazendo mudanças significativas para o agronegócio local.

No quadro paralelo, o dólar. A movimentação da moeda no cenário internacional e, principalmente no Brasil, foi determinante para o andamento das commodities agrícolas em 2015, mas trouxe, principalmente, oportunidades de preços para o produtor brasileiro tanto com a soja quanto com o milho, ainda mais em um ano de valores mais ajustados em Chicago.
 
Veja como fecharam os mercados de soja e milho nesta quarta-feira:

Soja tem sessão de volatilidade, mas fecha em alta nesta 4ª feira na Bolsa de Chicago

A sessão desta quarta-feira (30) foi de volatilidade para as cotações da soja na Bolsa de Chicago, porém, o mercado internacional fechou em campo positivo e com pequenas altas de pouco mais de 3 pontos entre os principais contratos, e o maio/16, que é indicativo para a safra brasileira, valendo US$ 8,75 por bushel. 

Na contramão da oleaginosa, os futuros do milho e do trigo recuaram pressionados, segundo analistas internacionais, pelo dólar mais forte em relação às demais moedas. "A soja, no entanto, resistiu a esse movimento de baixa e se estabilizou com os investidores se posicionando antes do final do ano", explicou Tony Dreibus, analista do site norte-americano Agriculture.com. 

Nem mesmo o movimento negativo dos futuros do óleo e do farelo de soja pressionaram as cotações da soja em grão no pregão desta quarta-feira.

Ao mesmo tempo, poucas alterações entre os fundamentos. O foco maior se mantém sobre a nova safra da América do Sul e, até o momento, o clima ainda não trouxe alívio para as regiões, não só do Brasil, que sofrem com suas adversidades. Os problemas se estendem ainda para a Argentina e onde o excesso de chuvas também compromete a produtividade das lavouras locais, bem como os trabalhos de campo. 

Em Mato Grosso, as áreas que sofrem com uma seca mais severa e onde as lavouras estão morrendo, algumas chuvas chegaram, porém de baixíssimo volume e ainda de forma muito localizada. 

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Nesta quarta-feira, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agvropecuária) classificou 43% das lavouras de soja do estado em condições ruins ou muito ruins. São ainda 25% das lavouras em condições regulares, 20% em bom estado e 12% em condições excelentes. 

As áreas onde os problemas são mais graves são o Nordeste do estado, com 70% da soja em condições ruins a muito ruins, e o Médio-Norte, com esse índice em 53%, e essas regiões respondem por mais da metade da produção mato-grossense se soja. 

Assim, uma das principais conclusões da pesquisa feita pelo Imea é de que os rendimentos serão bastante variados nesta temporada e a média do estado deverá ficar abaixo do registrado na safra anterior.

Há cheias sendo registradas no Sul do Brasil no mesmo momento em que, no Maranhão, por exemplo, não chove há mais de 50 dias.

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Milho: Valorização cambial garante mais um de alta aos preços na BM&F Bovespa; jan/16 cotado a R$ 37,14/sc

Por Fernanda Custódio

A alta do dólar registrada nesta quarta-feira (30) garantiu mais um dia de valorização aos preços futuros do milho na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal encerraram o pregão com ganhos entre 0,76% e 1,50%. O contrato janeiro/16 era cotado a R$ 37,14 a saca, após finalizar a sessão anterior a R$ 36,59 a saca. Já o vencimento março/16 retomou o patamar dos R$ 38,00 a saca, negociado a R$ 38,10 a saca.

Por sua vez, a moeda norte-americana fechou a última sessão regular do ano a R$ 3,9480 na venda, com alta de 1,83%. Segundo levantamento da agência Reuters, o câmbio subiu 1,58 em dezembro e em 2015, a alta foi de 48,49%. O dia foi marcado pelo baixo volume negócios e pelas informações da formação da Ptax, taxa calculada pelo Banco Central e que serve de referência para uma série de contratos cambiais, ainda conforme dados da agência.

Enquanto isso, no mercado interno quase não houve referências para os preços do milho hoje. Em Não-me-toque (RS), Londrina (PR) e no Porto de Santos, as cotações permaneceram estáveis em R$ 29,00/sc, R$ 25,40/sc e R$ 36,00 a saca, respectivamente. Em Tangará da Serra (MT) e Campo Novo do Parecis (MT), o valor praticado foi de R$ 19,00 a saca. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas não houve indicação.

Ainda no mercado doméstico, o câmbio foi grande destaque para os preços do cereal e trouxeram muitas oportunidades aos agricultores em 2015. A valorização do dólar contribuiu para a competitividade do milho brasileiro no cenário internacional, que por um bom tempo foi o grão mais barato no mundo. Consequentemente, as exportações deslancharam esse ano e as perspectivas também são positivas para 2016.

Entre janeiro até a terceira semana de dezembro, o país embarcou cerca de 27,1 milhões de toneladas de milho. Segundo dados do Cepea, o número representa uma alta de 31% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Além disso, a quantidade já ultrapassa o recorde de 2013, de 26,6 milhões de toneladas.

No acumulado em dezembro, nos 18 primeiros dias úteis, os embarques do cereal totalizam 5.053,2 milhões de toneladas. A média diária foi de 280,7 mil toneladas do grão. As informações foram divulgadas pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior) ainda ontem. Ambos os números estão acima do registrado em novembro e também de dezembro do ano anterior.

Bolsa de Chicago

O pregão desta quarta-feira (30) foi de volatilidade aos preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após testar os dois lados da tabela, as principais posições da commodity fecharam o dia com quedas entre 3,50 e 3,75 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,59 por bushel, depois de iniciar a sessão a US$ 3,63 por bushel. Já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,65 por bushel.

De acordo com informações do site Agriculture.com, as cotações do cereal e também do trigo acabaram sendo pressionadas pela valorização do dólar no cenário internacional. "O dólar mais alto impacta na competitividade dos produtos norte-americanos, com os compradores estrangeiros com menor poder de compra. Além disso, a fraca demanda pelos produtos norte-americanos também pesa sobre os mercados", disse o analista Tony Dreibus.

Ainda de acordo com o portal, as vendas de milho dos EUA nesta temporada estão 25% abaixo do registrado no mesmo período do ciclo anterior. Na última semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou as vendas para exportação em 803,6 mil toneladas de milho. Para a safra 2015/16, o órgão prevê as exportações americanas do grão em 44,45 milhões de toneladas.

Paralelamente, os investidores permanecem de olho nas informações vindas da América do Sul. No caso da Argentina, a perspectiva é que os produtores ofertem mais milho frente à retirada das tarifas para exportação. Promessa feita pelo novo presidente eleito do país, Maurício Macri, ao longo da campanha e posta em prática no início do mês de dezembro.

Inclusive, a situação acabou gerando rumores no mercado de um possível incremento na área destinada ao cereal no país vizinho ainda nesta temporada. No final da semana anterior, o Ministério da Agricultura da Argentina elevou em 100 mil hectares a estimativa de área plantada com o grão neste ciclo.

Ao todo, a perspectiva é que sejam cultivados 5,4 milhões de hectares de milho na safra 2015/16. Até o momento, pouco mais de 69% da área já foi semeada com o cereal e as condições climáticas permanecem favoráveis ao desenvolvimento das plantações, pelo menos, por enquanto.

Ainda essa semana, outra especulação que ganhou força no mercado e influenciou o andamento das negociações foi de que a China poderá ser tornar mais agressiva nas vendas de milho. A situação seria decorrente da recente alta dos preços do grão no mercado interno chinês.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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