Em véspera de Natal, mercado curto e investidores cautelosos em Chicago. Soja fecha no vermelho

Publicado em 24/12/2015 15:08 e atualizado em 24/12/2015 16:06

Na última sessão de negócios em Chicago, antes do final de semana estendido pelo feriado de Natal, as cotações da soja e do milho voltaram a recuar. Com as quedas desta quinta-feira(24) a soja volta a trabalhar abaixo dos US$ 8,80/bushel, patamar que vinha se segurando nas últimas sessões. O contrato para Janeiro/2016 fechou a US$ 8,77 com queda de 4,75 pts. Março/2016 encerrou cotado a US$ 8,74 com queda de 6,25 pts e Maio/2016 recuou 5,75 pts a US$ 8,79. 

Já o milho encerrou com queda de 1 ponto nos principais vencimentos fechando Março/2016 a US$ 3,64 , Maio/2016 a US$ 3,70 e Setembro/2016 a US$ 3,81.

Foi uma semana onde pesaram tempo seco no Centro-Oeste do Brasil, o que fez os preços subirem em alguns momentos, e a percepção de amplos estoques globais, que ajudaram a pressionar os contratos futuros.

Nessa véspera de Natal, foi a vez da Argentina ser o fiel da balança...o motivo que faltava... a informação capaz de dar rumo ao mercado num dia de poucos negócios e muita cautela dos investidores para os próximos dias sem mercado.

Além de mapas climáticos mostrando chuvas para o início do ano no Brasil, a Argentina confirmou, oficialmente, uma mudança de postura do produtor rural, que decidiu aumentar a área de produção tanto para milho quanto para soja, estimulado pelas recencentes reformas do novo governo para ampliar as exportação de grãos  no país. 

O Ministério da Agricultura daquele país projetou que o plantio de milho cairia menos do que o esperado anteriormente para este ano, elevando sua previsão de área em 100 mil  hectares para 5,4 milhões de hectares. "O plantio de milho tardio poderia ser aumentado, levando em conta as mudanças nas expectativas após a recente derrubada de impostos de exportação e de restrições sobre a taxa de câmbio", disse o ministério.

Para a soja, o ministério também elevou em 100 mil hectares  para  20,7milhões de hectares, ou seja, uma área maior que o recorde de 20 milhões de hectares estabelecidos em 2012. No geral, a cultura tende a se "desenvolver sem problemas", disse o ministério, embora fez notar que danos causados ​​por granizo tinha provocado alguns replantios de lavouras em Córdoba e Entre Rios, e em Santa Fé  as inundações causaram algumas perdas também.

A notícia fez o mercado reavaliar o potencial de oferta da América do Sul o que acabou pressionando os preços em Chicago.

E nem a boa demanda pela soja americana conseguiu reverter essa expectativa. Em seu relatório semanal , o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) confirmou vendas de 2,07 milhões de toneladas (76 mi/bushels) mais do que o dobro de negócios da semana anterior, com a maior parte desse montante negociado para a China, que comprou 1,51 milhões de toneladas (55,5 mi/bushels). Menores quantidades foram adquiridas por Japão, Alemanha entre outros.

As vendas de milho também registraram negócios acima da semana anterior com volumes de 800 mil toneladas (31,6 mi/bushels) . As vendas de soja superaram as previsões de mercado por uma grande margem, enquanto as vendas de milho também foram melhores do que o esperado.

Em seu elatório diário, o USDA confirmou novas vendas de cerca de 100 mil toneladas de soja 2016/2017 para destinos desconhecidos. 

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Notícias Agrícolas

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3 comentários

  • Telmo Heinen Formosa - GO

    Caro Marcelo Luiz, ninguém consegue corrigir e ou desmentir todos os Charlatões que divulgam suas opiniões na mídia em geral. Para começar, o senhor precisa entender que a imprensa usa os verbos em outro tempo e não no nosso. Entender também de que ela se compõem de pessoas que são as mais ignorantes por metro quadrado que existe em termos de aritmética; e, em terceiro lugar, é preciso lutar para que haja cada vez menos pessoas que acreditam e replicam as charlatanices propagadas... Há toda uma revolução cultural em curso a serviço do socialismo que cria inocentes úteis que são transformados em idiotas úteis nos quais a elite dirigente coloca palavras convenientes na boca dos mesmos e, depois, simplesmente os descarta. Eles são treinados nesta habilidade e conseguem amealhar e amestrar desde professores a padres, até bispos passando por céticos em geral. Uma importante arma deles é justamente a OMISSÃO dos "bons" classe à qual eu, o senhor, e muito outros, nos incluimos...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Telmo, não conseguimos desmentir por que a maioria procura culpados fora do Brasil, quando o problema está aqui mesmo. Ninguém comentou sobre os relatórios da Conab, que melhoraram muito, diga-se, pois a bem pouco tempo atrás eram um lixo. Quando a gente lia os tais relatórios, imediatamente percebiamos o amadorismo e falta de compromisso , qualquer um podia avaliar que era tudo chute, os dados eram lançados baseados em médias. Quem lê os relatórios agora, percebe que mudou para melhor. Outro órgão importante, o Cepea, tem viés ideológico esquerdista e leva em conta aspectos politicos em detrimento de técnicos. É só ler. Enfim, você está correto em dizer que tem muito idiota útil repetindo o que a "elite" ruralista fala, e uma das coisas é que o baixo preço e a falta de renda dos produtores brasileiros ocorre por culpa do USDA e dos especuladores americanos. Todos eles apoiam a máfia petista.

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  • Rudinei Luis Erpen Lagoão - RS

    Enquanto isso o Rio Grande do Sul segue debaixo de água. Muitas lavouras não tem mais volta, e a quebra de safra já é consolidada. Mas a realidade poucos sabem, e os que estão dentro de um escritório muito menos. Abraços

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    • ezequiel v s calgaro Mariópolis - PR

      Amigos produtores não sejamos ingênuos, as multi e os grandes industrias, que compram a nossa soja, sabem muito bem a situação das lavouras, agora vcs acham que eu vou pqgar caro por algo, onde EU agrego valor? negócios tem que ser lucrativos!! lembrem disso!! eles tem dados, estatistica, especuladores, consultores e etc para que?? eles sabem o dia exato onde boa parte da nossa produção é vendida para pagarmos custeio e investimento, então deu pra entender o porque do porque?

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Perfeito Sr. Ezequiel, para comprovar isso basta ler os relatórios da Abiove.

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    • Cácio Ribeiro de Paula Bela Vista de Goiás - GO

      Amigos, imperioso lembrar que temos 365 dias para a comercializacao da nossa safra. Alias, no corrente ano(2016) serao 366...

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  • Marcelo Luiz Campina da Lagoa - PR

    Vejam que coisa. quando a seca do Mato Grosso começa a virar notícia nos EUA, anunciam que os argentinos vão aumentar a área de soja e milho.... É, de certo vão plantar no mês de janeiro e colher em fevereiro, antes de esfriar por lá. Não tem um cristão para peitar estas falsidades? Será que só eu vejo o esquema para segurar os preços? Quando algum órgão ligado aos agricultores faz estimativa de safra, não vale porque não tem credibilidade. Quando é um cidadão lá dos estados unidos, que nunca botou os pés no Brasil, fala asneiras, este sim tem credibilidade. Onde está a Famato e a Aprosoja para fazer o contraponto? É só pedir que o João Batista coloca vocês no ar, para dizer quanto já se perdeu. Quando alguém falar de super safra, no mesmo dia tem que repetir que é falso, que a seca já reduziu a safra. Estilo " bateu, levou". Isso sim é defender os agricultores. Defendam nossa renda.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Onde está a Famato e Aprosoja? Ora Marcelo, apoiando Kátia Abreu para ver se sobram cargos no quinto escalão da "administração pública". Kátia Abreu por sua vez, como ministra, manda na Conab. Veja o relatória de dezembro da Conab aqui: http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/15_12_11_11_02_58_boletim_graos_dezembro_2015.pdf

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