Chuvas continuam irregulares e há replantio em algumas regiões de MT

Os produtores rurais de Mato Grosso estão avançando na semeadura da safra de soja 2015/16. De acordo com o boletim semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o momento 83,7% da área total foi semeada. Porém, mesmo com a semeadura próxima do final, ainda há preocupação com as irregularidades climáticas no Estado.

“As chuvas continuarão irregulares, e nos próximos dez dias haverá precipitação em todas as regiões do Estado”, explica Marco Antônio dos Santos, agrometeorologista da Somar Meteorologista. Porém, as precipitações são pontuais. O volume de chuvas também poderá variar bastante, de 10mm a 100mm. “Há maior probabilidade de chuvas nas regiões da BR-163 e Vale do Araguaia e menor na região do Parecis”, ressalta Marco Antônio dos Santos.  

 “Na região de Nova Mutum e Santa Rita do Trivelato, há áreas com baixa umidade e replantio em áreas mais arenosas”, diz Emerson Zancanaro, vice-presidente eleito da Aprosoja para a região Norte em entrevista ao site Notícias Agrícolas. " Além da irregularidade nas chuvas , em alguns casos os replantios também ocorrem em função de falta de vigor das sementes que estão sendo utilizadas, principalmente nas variedades de tecnologias mais novas", completa Zancanaro.

De acordo com Marcos da Rosa,segundo vice-presidente eleito para a região Leste do estado, neste mesmo período do ano passado, o plantio da safra já estava finalizado na região dele. "Mesmo com a semeadura próxima do final, ainda há preocupação com as irregularidades climáticas e a necessidade de replantio em algumas áreas. Esse cenário irá causar um problema de produtividade com certeza, porque um replante nunca é igual a um plantio normal. E ainda corremos o risco de novas secas durante o ciclo, então certamente teremos problema de produção no Estado do Mato Grosso", alerta Rosa.

No Sul do estado a situação não é diferente, segundo o vice-presidente eleito da Aprosoja na região, Arthur Flumian Braga, aqueles que conseguiram realizar o plantio logo após o final do período proibitivo, acabaram sofrendo com estiagem, e em alguns casos tiveram que fazer o replantio, refletindo diretamente no custo de produção. Além disso, Braga destaca que " a preocupação se estende para o cultivo do milho safrinha e algodão que podem perdem a janela ideal de plantio. Muitos estavam programados para plantar mais cedo, já haviam comprado e feito contratos com a segunda safra de milho - já temos noticias de contratos cancelados - e muita gente vendeu muito cereal antecipado, que é um problema mais grave", ressalta o vice-presidente.

Segundo o boletim do Imea, quase metade da safra foi semeada na primeira quinzena de novembro e isso significa que, se chover bem em janeiro, essa soja poderá ter ganhos de produtividade. Entretanto, se houver excesso de chuva na colheita, poderá haver prejuízos para a segunda safra e diminuição na qualidade dos grãos de soja. 

O instituto fez uma previsão inicial de que o potencial haverá 68,6% de soja apta a ser colhida aponta até o fim de fevereiro. “Se for consolidado, será uma safra maior que as safras passadas, mesmo com a semeadura atrasada este ano, devido ao aumento da utilização de sementes de ciclo precoce”, informa o boletim semanal.