Soja: Em Chicago, mercado inicia pregão desta 5ª feira com ligeiras quedas, próximo da estabilidade

Publicado em 12/11/2015 07:13

As cotações da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta quinta-feira (12) com leves quedas, próximas da estabilidade. Por volta das 7h54 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 1,50 e 2,00 pontos. O vencimento novembro/15 estava estável em US$ 8,68 por bushel, já o contrato maio/16 era cotado a US$ 8,63 por bushel.

O mercado voltou a recuar depois de exibir um movimento de correção técnica no dia anterior. Nesta quarta-feira, as cotações futuras encerraram o pregão com mais de 4 pontos de alta em uma tentativa de recuperar as perdas recentes. E com a finalização da safra americana, os analistas destacam que o foco do mercado está na produção da América do Sul.

"A atenção do mercado se deslocará para a América do Sul e monitorar o plantio e depois a colheita. E, por enquanto, os mapas meteorológicos continuam a mostra chuva para esta semana em grande parte do Brasil e no norte da Argentina", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do site internacional Farm Futures.

Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Mercado tem dia de recuperação técnica e fecha pregão com ganhos de mais de 4 pts na CBOT

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (11) com leves altas. As principais posições da oleaginosa encerraram o dia com ganhos entre 4,00 e 5,25 pontos. O vencimento novembro/15 era cotado a US$ 8,68 por bushel, já o maio/16 encerrou o pregão a US$ 8,65 por bushel.

De acordo com informações do site internacional, os investidores tentaram ao longo do pregão de hoje recuperar parte das perdas registradas no dia anterior. Nesta terça-feira, as cotações da oleaginosa recuaram mais de 10 pontos após a divulgação do boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que indicou uma elevação na safra, rendimento das lavouras e estoques finais americanos.

"Os investidores buscaram cobrir as posições vendidas, o que tem ajudado a levantar os preços. E o bom humor nos mercados globais também contribui para o cenário. Além disso, muitos escritórios do Governo e bancos estão fechados devido à comemoração do Dia dos Veteranos, o que pode restringir as negociações", explica Bryce Knorr, editor e analista do site internacional Farm Futures.

Por outro lado, com a finalização da safra americana, os investidores focam a evolução do plantio da soja na América do Sul. No caso do Brasil, algumas localidades ainda enfrentam dificuldades devido ao clima bastante irregular. E, segundo informações do agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, as chuvas ainda continuam irregulares em Mato Grosso e Goiás.

"No Centro-Oeste e no Matopiba, incluindo os estados de Rondônia e Pará, toda a semana será de tempo seco, com possibilidade para eventuais pancadas de chuvas muito, mais muito isoladas, no Mato Grosso e Goiás. Com isso, os trabalhos de plantio da soja voltam a ser paralisados em muitas regiões, gerando atrasos ainda mais significativos. Chuvas generalizadas sobre toda a faixa central e norte do Brasil somente na semana que vem", diz Santos.

"A safra da América do Sul ainda está em construção e temos problemas de chuvas no Rio Grande do Sul, o centro-sul do país, o Matopiba e o cerrado também estão com problemas, diria que é um início de plantio preocupante. Mas nos EUA, os produtores não estão vendendo e as origens sul americanas não vendem, com isso, temos certa sustentação nos preços, tanto é que o suporte de US$ 8,50 não foi quebrado", diz o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.

O consultor ainda ressalta que, o clima na América do Sul poderia ser uma das variáveis que poderiam impulsionar as cotações do grão. "O que irá determinar o andamento dos preços de hoje até meados de janeiro é o clima na América do Sul. Se tivermos uma safra saudável, as cotações tendem a trabalhar mais perto dos patamares de suporte, porém, se tivermos problemas localizados ou mais graves, os preços poderão trabalhar mais próximos dos níveis de resistência", acredita.

Mercado interno

A quarta-feira foi de ligeira movimentação aos preços praticados nos portos e no mercado interno brasileiro. No terminal de Rio Grande, a saca disponível do grão apresentou leve queda, de 0,61%, cotada a R$ 81,00, já a saca para entrega em maio/16 permaneceu estável em R$ 77,00. Em Paranaguá, não houve referência para a safra disponível e a saca para entrega futura era cotada a R$ 77,00.

E, apesar da alta no mercado internacional, o dólar recuou hoje e fechou o dia a R$ 3,7695 na venda, com queda de 0,58%. Na mínima do pregão, a moeda norte-americana tocou o nível de R$ 3,7057, menor cotação intradia desde 2 de setembro, quando o câmbio chegou a R$ 3,6953.

Durante o dia, o dólar reagiu aos rumores de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, possa ser substituído pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Segundo informações da agência Reuters, a avaliação dos investidores é que troca poderia aumentar as chances de colocar a economia brasileira "nos eixos".

Frente esse cenário, Fernandes ainda sinaliza que os produtores devem adotar estratégias diferentes de comercialização levando em consideração à região do país. "No RS, onde basicamente os produtores não venderam nada da safra 2016, os preços praticados atualmente e considerando a taxa de câmbio deixa boas margens. Já os agricultores do PR, GO, MT e MG, que já vendeu parte da produção, eu seria mais ponderado. O mesmo vale para o Matopiba, onde os mapas climáticos são preocupantes, eu teria mais ponderação até porque, os produtores já negociaram parte da sua safra", explica.

Ainda na visão do consultor é momento de focar no plantio e tentar obter o máximo de produtividade, para conseguir diminuir os custos de produção e garantir margem. "Produtor deve ter ponderação, estamos em um ano em que o agricultor deve focar o rendimento para poder passar por esses períodos de preços mais baixos com tranquilidade", finaliza Fernandes.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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