Início da safra em Goiás e MATOPIBA traz alerta climático

Publicado em 10/11/2015 14:27
Falta de precipitações afeta, principalmente, regiões produtoras do oeste da Bahia e do sudoeste goiano

O cultivo de soja tem encontrado condições climáticas desfavoráveis na região do MATOPIBA (que contempla os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), sobretudo no oeste da Bahia, e também no sudoeste de Goiás. Na primeira localidade, a situação é mais crítica. “O MATOPIBA é habituado a uma maior volatilidade do clima e da produtividade, ocorrendo diversas quebras de safra. A presença de microclimas leva a um padrão de chuvas menos regular que nas áreas do Centro Oeste, por exemplo”, explica o Diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Thadeu Silva.

As duas principais praças da Bahia – Barreiras e Santa Maria da Vitória – estão com atraso em relação ao ano anterior, que já foi bastante tardio em relação ao histórico. A previsão só aponta chuvas a partir da segunda metade de novembro, momento em que a umidade do solo estará comparável com a média de outubro – mais de um mês de atraso em relação ao histórico.

“Verificamos em nossa série histórica que desde 2001 houve quatro anos com a temporada de chuvas começando após novembro – ressalte que o ano de 2015 já apresenta o segundo maior atraso da série. Em nenhum desses anos o atraso foi sinônimo de quebras de produtividade. Na safra 05-06 o atraso nas chuvas foi seguido por clima seco entre janeiro e março de 2006 e chuvas fortes no período da colheita em maio, levando a produtividade média fechar abaixo de 2,3 toneladas por hectare”, avalia Silva.

Segundo a última revisão divulgada pela consultoria, a estimativa de produtividade baiana deve alcançar 2,83 toneladas por hectare de soja, ante as 2,89 toneladas por hectare projetadas em outubro.

As demais praças do MATOPIBA também apresentam atrasos na precipitação em relação ao histórico, mas em menor intensidade.

Já a região Sudoeste de Goiás registra forte déficit hídrico. Em Rio Verde, por exemplo, a precipitação acumulada nos últimos 45 dias é 61,4% inferior à do ano passado e 66,8% abaixo da média dos últimos 10 anos. Essa situação é semelhante nos municípios de Quirinópolis, onde o índice acumulado é 58,3% abaixo ao de 2014 e 66,0% inferior à média, e Acreúna, onde, apesar do déficit ser de apenas 7,2% em relação ao ano passado, a precipitação acumulada de 45 dias ainda se encontra 46,1% abaixo da média.

As praças com déficit hídrico compõem a mais importante região produtora de oleaginosa do estado, aproximadamente 54% do total de Goiás. Apesar do atraso, a INTL FCStone destacou, em relatório, que essa é uma localidade com baixa variabilidade no rendimento agrícola. “Desde a safra 2006-2007 a produtividade média da região tem se mantido acima de 3 toneladas por hectare”.

Apesar do alerta climático direcionado especialmente para o oeste baiano e sudoeste goiano, ainda há possibilidade de recuperação e de produtividade normal ao fim da safra. “A evolução do clima nas próximas semanas será decisivo para isso”, pondera Thadeu Silva.

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Fonte:
INTL FCStone

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