Soja tem novidades na demanda e amplia ganhos na CBOT; dólar limita avanço no Brasil nesta 3ª

Publicado em 20/10/2015 11:39

Os futuros da soja vêm ampliando seus ganhos na sessão desta terça-feira (20) na Bolsa de Chicago. As cotações subiam mais de 8 pontos por volta de 12h (horário de Brasília), com o vencimento novembro/15, o mais negociado nesse momento, voltando a se aproximar dos US$ 9,00 por bushel. O maio/15, referência para a safra do Brasil, era negociado a US$ 9,11. 

"O mercado está mais alto neste pregão em uma tentativa de se recuperar das baixas registradas ontem, mesmo diante da pressão do avanço da colheita nos Estados Unidos", disse o analista e editor do site internacional Farm Futures, Bryce Knorr. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim semanal de acompanhamento de safras trazido nesta segunda-feira (19), mostrou que os trabalhos de colheita foram concluídos em 77% da área, contra 62% da semana anterior. O número ainda supera o total do ano passado, de 51%, e a média dos últimos cinco anos, de 68%. 

Porém, para Al Kluis, da Kluis Commodities, no entanto, esses números devem ter pouco impacto sobre o mercado, já que não fugiram muito das projeções dos traders. E, apesar dessa evolução bastante favorável, a pressão exercida sobre os preços é ameizada pela demanda novamente focando a soja norte-americana, ainda de acordo com analistas. 

Nesta terça, o USDA trouxe anunciou uma nova venda de soja para a China nesta terça-feira (20). Foram 132 mil toneladas da safra 2015/16. Nesta segunda, outro anúncio foi feito, também para a nação asiática, de 238 mil toneladas. 

"Importadores chineses estão embarcando rapidamente a soja comprada nos EUA a fim de aproveitar o momento sazonal de maior demanda por rações. Na semana do dia 15, compradores chineses embarcaram 1,25 milhão de toneladas, ou 53% do total embarcado na semana. Até o momento, importadores chineses embarcaram 3,65 milhões nos EUA contra 3,7 milhões na mesma época do ano passado. Não só o ritmo dos embarques é importante, mas o ritmo das novas compras nos EUA, uma vez que até o final de fevereiro importadores chineses embarcam cerca de 25 a 28 milhões de toneladas nessa origem", explicaram os analistas da Agrinvest Commodities em seu blog.

Além dessas informações positivas para a demanda, o mercado internacional passa a voltar sua atenção também para o desenvolvimento da nova safra da América do Sul. No Brasil, o plantio já foi iniciado em diversos estados, porém, não evolui como deveria em função de adversidades climáticas. 

"Veremos nosso último boletim de acompanhamento da safra dos Estados Unidos na próxima semana. Toda atenção agora está se voltando para a América do Sul", disse o analista internacional Al Kluis. 

E as previsões para a próxima semana, no Brasil, já começam a indicar a chegada de algumas chuvas à região Central do Brasil. Porém, as precipitações ainda devem ser irregulares e de baixo volume, como explicam os meteorologistas, e devem começar a melhorar somente no início de novembro, cenário que também acaba por dar algum suporte às cotações no cenário internacional.

Mercado Interno

Enquanto isso, no Brasil, o dólar ainda se pauta na cena política, mantém sua volatilidade e paralisa os negócios nesta semana, além de tirar a força dos preços, os quais, apesar disso, ainda mantêm patamares importantes.

Nesta terça, com um novo recuo do dólar, os preços da soja tinham R$ 85,50 por saca no disponível do porto de Rio Grande, com baixa de 0,58%, e R$ 82,90 no mercado a futuro, cedendo 0,12%. Já para a soja da safra nova, no oeste as cotações variavam de R$ 75,00 a R$ 76,00/saca.

No interior do país, os níveis de valores também conseguem alguma sustentação. No oeste do Paraná, por exemplo, preços oscilavam entre R$ 77,00 e R$ 78,00 por saca, de acordo com a apuração da Granoeste. Já na região de Ponta Grossa, entre R$ 80,00 e R$ 82,00.  

"A preocupação dos produtores está voltada para a implantação da nova safra, como também, para a obtenção de preços mais altos em vista da instabilidade política e econômica e de seus reflexos sobre a formação da taxa de câmbio", explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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