Soja: Mercado fecha em baixa na CBOT com colheita nos EUA e previsão de chuvas no Brasil

Publicado em 19/10/2015 17:09

O bom ritmo da colheita da safra 2015/16 dos Estados Unidos e mais as previsões de chuvas para regiões produtoras do Brasil na próxima semana pesaram sobre as cotações da soja na Bolsa de Chicago na sessão desta segunda-feira (19). Assim, o mercado internacional da oleaginosa terminou com baixas de 6,4 a 7,2 pontos entre os principais vencimentos, com o contrato novembro/15 terminando o dia com US$ 8,91 por bushel, enquanto o maio/16 ficou em US$ 9,03. 

Segundo explicou o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter, esse é um dos melhores ritmos para os trabalhos de campo nos Estados Unidos dos últimos anos e vem exercendo essa pressão sazonal e já tradicional sobre os preços neste momento. 

"E temos ainda os relatos de boa produtividade. Então, nessa altura, já podemos dizer que temos uma safra de 105 a 106 milhões de toneladas, e sem descartar ainda um novo recorde", diz. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz seu novo reporte semanal de acompanhamento de safras no final do dia com o índice atualizado da área já colhida no país, que até o último dia 11, estava em 62%. 

Paralelamente, o clima para a nova safra do Brasil. Para a próxima semana, apesar de ainda irregulares, são esperadas chuvas mais volumosas para o Brasil. O cenário de stress em importantes regiões produtoras da oleaginosa poderia ser amenizado com a chegada dessas precipitações, porém, ainda não de forma definitiva. 

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"Ainda não há uma garantia de que vamos ter chuvas generalizadas e de bons volumes a pontos de permitir um avanço significativo dos trabalhos de campo. Mas, o fato de termos um atraso no plantio, que veio dando sustentação há alguns dias, levando o mercado acima dos US$ 9,00 durante alguns dias, e depois termos algumas previsões de chuvas, isso influenciou negativamente no decorrer", explica o analista.

Entretanto, ainda segundo Motter, a demanda, que segue consistente, ameniza essa pressão dos fundamentos de oferta. Não só os números que chegam dos Estados Unidos são positivos, mas também os que partem do Brasil. 

Nesta segunda-feira, por exemplo, o USDA reportou os embarques semanais norte-americanos da oleaginosa em mais de 2,6 milhões de toneladas, contra expectativas que variavam de 1,2 a 1,8 milhão de toneladas, além de superar o número da semana anterior. Assim, no acumulado da temporada, os EUA já embarcaram 14,8% a mais de soja do que no mesmo período da temporada anterior. 

Além disso, o USDA trouxe ainda um novo anúncio de venda de soja em grão para a China de 238 mil toneladas da safra 2015/16 dos EUA. 

Paralelamente, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, informou que o Brasil já embarcou 50,8 milhões de toneladas de soja até este início de outubro, número que era a última meta revisada da Conab. A projeção agora é de 51,1 milhões de toneladas. 

Mercado Interno

No Brasil, segunda-feira de preços em alta. Enquanto as cotações recuaram em Chicago, o dólar voltou a subir nesta segunda-feira frente ao real e, apesar de devolver boa parte durante a sessão, fechou o dia em campo positivo. 

A moeda norte-americana encerrou os negócios, portanto, cotada a R$ 3,8768, com leve ganho de 0,09%. Na máxima da sessão, a divisa bateu em R$ 3,9262 ainda refletindo as preocupações dos investidores com o futuro político e econômico do Brasil. 

Dessa forma, as cotações da soja subiram não só no interior do Brasil, como no mercado disponível do porto de Rio Grande, onde encerrou o dia valendo R$ 82,00 por saca, com alta de 2,38%, já o mercado futuro manteve os R$ 83,00. Em Paranaguá, R$ 82,50 no disponível e R$ 82,00 para a soja da safra nova, ambas estáveis. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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