Soja fecha com leve alta na Bolsa de Chicago e melhores preços do ano no mercado brasileiro nesta 4ª

Publicado em 23/09/2015 17:13

Na sessão desta quarta-feira (23), o mercado internacional da soja fechou bem próximo da estabilidade, com algumas ligeiras altas entre os principais vencimentos, que oscilaram entre 1,25 e 2 pontos. Assim, o contrato novembro/15, que é referência para a safra norte-americana, terminou o dia cotado a US$ 8,63, enquanto o maio/16 referência para a safra do Brasil, ficou em US$ 8,75 por bushel. 

Ao longo do dia, porém, a oleaginosa chegou a testar altas mais acentuadas e o mercado, como explicou o analista de mercado Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, ainda encontra suporte no cenário da demanda. "A demanda vai muito bem, obrigado, e isso deve continuar diante desses patamares mais baixos de preços", disse. 

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados unidos) reportou, nesta quarta-feira (23), uma nova venda de soja para a China. Foram 284,5 mil toneladas da safra 2015/16 e o segundo anúncio desta semana. Na última segunda (21), outra venda foi anunciada, de 240 mil toneladas para destinos desconhecidos. 

Em visita aos Estados Unidos, o presidente chinês Xi Jinping afirmou, assegurando aos executivos locais, que mantém seus esforços e medidas que possam promover a continuidade da força da economia de seu país, o que também foi recebido pelo mercado. Nos próximos dias, como informou o portal internacional Farm Futures, os negócios para a compra de soja pela nação asiática nos EUA devem ser anunciados. 

No entanto, França afirma ainda que a tendência segue negativa para as cotações, uma vez que a pressão do avanço da colheita nos Estados Unidos persiste e a chegada da nova safra norte-americana exerce um efeito psicológico bastante negativo sobre a formação dos preços. E isso acontece mesmo com produtores norte-americanos segurando suas vendas diante desses níveis de cotação e preocupados com a forte valorização do dólar, principalmente frente ao real, o que deixa a soja brasileira mais competitiva frente à norte-americana. 

"O mercado internacional não tem um viés para grandes altas agora. Não há perspectivas para um avanço enquanto ainda houver esse momento de safra (dos EUA) no mercado internacional e não vai haver enquanto não chegar uma notícia nova que possa mudar esse quadro", explica França.

Além disso, o Meio-Oeste americano conta ainda com boas condições de clima para que os trabalhos de colheita avancem de forma significativa nos próximos dias. As últimas previsões do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, afirma que esta semana deve ser de tempo mais seco e apenas algumas chuvas pontuais na região de Iowa. Com isso, as expectativas de uma boa produtividade de soja seguem aumentando com os relatos que começam a chegar dos campos. 

Mercado Brasileiro

Nesta quarta-feira, dia de novas altas também para o dólar. Depois de operar durante toda a sessão em campo positivo, a moeda norte-americana puxou ainda mais no final dos negócios para encerrar o dia com o maior valor de todos os tempos: R$ 4,1461, subindo 2,28%. Na máxima, a divisa foi a R$ 4,1517. Nem mesmo a pesada intervenção do Banco Central foi suficiente para limitar o avanço. 

O quadro, inevitavelmente, influenciou diretamente a formação dos preços no Brasil que, nesta quarta-feira, registraram níveis recordes e protagonizaram os melhores momentos do ano. Em Rio Grande, onde ao longo do dia foram registrados valores de R$ 88,50 a R$ 89,00 por saca, o preço médio da soja disponível ficou em R$ 87,50, com alta de 2,34%. Em Paranaguá, R$ 84,00 e ganho de 2,44%. Os valores para a safra nova acompanharam. No terminal gaúcho manteve os  R$ 85,00, mas em Paranaguá a cotação foi a R$ 83,00, subindo 0,61%. 

No interior do país, os ganhos foram ainda mais expressivos. Segundo um levantamento feito pelo Notícias Agrícola junto ao centro de pesquisa Biomercado, da Universidade Federal de viçosa, a média de preços nos principais estados produtores subiu nesta quarta-feira. Em Goiás, por exemplo, o avanço foi de 10,61% para R$ 73,00 por saca. Em Mato Grosso do Sul, alta de 0,73% para R$ 69,15 e no Paraná de 0,24% para R$ 70,50. Já segundo o Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o preço subiu 2,56% para a saca ser cotada a R$ 80,00. 

Os negócios, entretanto, estão travados. O elevado grau de especulação e as expectativas de um dólar ainda mais alto faz com que os produtores, que nesse momento enxergam a soja também como um ativo financeiro, segurem sua oferta à espera de valores ainda mais altos. 

Leia mais e veja a orientação de analistas e consultores para o cenário:

>> Alta do dólar e momento de elevada especulação travam vendas de soja no Brasil

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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