Soja opera em campo negativo na CBOT e mantém foco na conclusão da safra dos EUA

Publicado em 01/09/2015 08:05

Os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago trabalham em campo negativo nesta terça-feira (1). Os principais vencimentos, por volta das 7h40 (horário de Brasília), perdiam entre 4,75 e 6,25 pontos, com o setembro/15 valendo US$ 8,91 e o novembro/15 cotado a US$ 8,82 por bushel. 

O mercado internacional, segundo explicam analistas, ainda se comporta de forma bastante técnica e em busca de novidades que possam trazer movimentações diferentes aos negócios. Enquanto isso, são direcionados pelas notícias que vêm, principalmente, do financeiro e da conclusão da nova safra norte-americana. 

Na sessão desta terça, entre as bolsas asiáticas foram registradas altas para Hong Kong e Xangai - de 0,73% -, enquanto o índice acionário de Tóquio perdeu mais de 1%. Segundo especialistas, o foco dos investidores continua sobre o futuro da economia da China e da taxa de juros nos Estados Unidos. 

Nos EUA, a safra de soja está quase concluída, porém, ainda precisa de condições de clima favorável, principalmente nas lavouras plantadas mais tarde. De acordo com as últimas previsões da agência MDA Weather Services, o Meio-Oeste americano deverá ter, nesta semana, tempo mais quente e seco, com as máximas variando entre 30ºC e 34ºC e mínimas entre 21ºC e 23ºC. 

De acordo com os últimos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), ainda são 63% das lavouras de soja que se encontram em boas ou excelentes condições, mesmo número da semana anterior. 93% delas estão formando vagens e 9% delas já começaram a derrubar suas folhas. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Mercado no Brasil tem dia de preços estáveis e poucos negócios; na CBOT, leve alta

O mercado brasileiro da soja começou a semana com os negócios travados. A sessão desta segunda-feira (31) foi de intensa volatilidade para os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago, o dólar também registrou intensa movimentação frente ao real e, assim, os preços praticados no Brasil foram apenas nominais. 

Em Rio Grande, a soja disponível chegou a trabalhar acima dos R$ 80,00 por saca perto de meio-dia, porém, encerrou o dia valendo R$ 79,80 por saca, com baixa de 0,37% em relação ao fechamento da última sexta-feira (28). Em Paranaguá, o mercado da soja da safra velha fechou os negócios sem indicação de preços. Já para o produto da safra nova, os valores ficaram em R$ 79,80 e R$ 76,20, respectivamente, onde subiram 2,31% e 1,60%. 

Como explicou o consultor de mercado Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, apesar desse ritmo mais lento dos negócios, os baixos preços reforçam o interesse dos compradores, que seguem presentes no mercado. Entretanto, os vendedores se mantém retraídos, observando a possibilidade de novos e melhores momentos de venda. Reflexo desse quadro são os prêmios positivos nos portos. 

Em Paranaguá, as posições agosto e setembro/15 têm valores na casa de US$ 1,20 sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago, enquanto o vencimento março/16 tem 43 cents de dólar e o abril/16 tem 28 cents. Em Rio Grande, os valores são ainda mais elevados. "Essa é uma forma de tentar compensar as perdas em Chicago. Estamos em um período clássico de entressafra, vai acontecer uma disputa entre o mercado interno e o de exportação pela pouca oferta que ainda resta da safra velha", diz Cogo. 

E essa postura dos vendedores - que se repete no mercado norte-americano diante das menores referências em Chicago - podem trazer algum suporte para o mercado, ainda de acordo com o consultor. Da nova safra brasileira, há algo entre 30% e 35% já comercializada, aproximadamente 25 milhões de toneladas, e há disponível apenas 15% da temporada 2014/15 ainda a ser vendido.

Dólar - Nesta segunda-feira, o dólar fechou a sessão com 1,17% de alta, valendo R$ 3,6271.  Na máxima do dia, porém, a moeda americana chegou a superar os R$ 3,68 e refletiu muito dos preocupantes quadros político e econômico do Brasil. Há uma preocupação de que o Brasil perca seu grau de investimento diante da projeção de um déficit primário no orçamento de 2016.

O valor de fechamento desta segunda é o maior desde fevereiro de 2003, segundo a Reuters. Assim, o acumulado de ganhos no mês já se aproxima de 6% e, no ano, a valorização passa de 36%.

Leia mais:

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Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a sessão desta segunda terminou com uma recuperação das posições mais negociadas. os ganhos ficaram entre 1,50 e 4,25 pontos e o contrato setembro/15 encerrou o dia com valendo US$ 8,97 por bushel. Enquanto isso, o novembro, referência para a safra norte-americana, ficou em US$ 8,87 e o março/16 foi a US$ 8,93.

A boa demanda pela soja norte-americana da safra 2014/15 - confirmada pelo número dos embarques semanais reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - e a retração das vendas no país foram, segundo explicou Vlamir Brandalizze, os principais fatores de sustentação para a commodity. 

Os embarques semanais somaram 184,285 mil toneladas, contra 210,324 mil da semana anterior, porém, dentro das expectativas do mercado, que variavam de 100 mil a 200 mil toneladas. No acumulado da temporada 2014/15, os embarques da oleaginosa já totalizam 49.792,297 milhões de toneladas, contra 43.397,299 milhões do mesmo período na temporada anterior. 

O total, portanto, chegou à última projeção do USDA sobre as exportações totais de soja da safra velha e ainda faltam os números da última semana do ano comercial para a conclusão, o que confirmou a boa procura pelo produto nessa última temporada e soou como boas notícias para a soja na CBOT. 

E as vendas nos Estados Unidos seguem paradas. "O produtor americano também não está vendendo. Então, há uma falta de oferta de produtos e, ao passo que tivemos o relatório do embarques do USDA, fica confirmado que segue embarcando, que está tendo demanda e os números já superam os últimos números do USDA. Isso é um sinal positivo, mas o dia ainda foi muito técnico", disse o consultor da Brandalizze Consulting. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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