Soja volta a ganhar força em Chicago, novembro supera os US$ 9,70 e preços no Brasil acompanham
Os preços da soja voltaram a ganhar força na Bolsa de Chicago com as chuvas retornando às previsões climáticas mais recentes nesta quinta-feira (25). Depois de iniciar o dia operando com estabilidade, os principais vencimentos subiam entre 16,50 e 19,50 pontos e, por volta das 11h15 (horário de Brasília), o vencimento julho/15 já batia nos US$ 10,00 por bushel. Os mercados do milho e do trigo acompanhavam o movimento positivo.
Segundo Ênio Fernandes, consultor em agronegócio, o mercado volta a reagir ao excesso de chuvas no Meio-Oeste americano, principalmente em um período de definição da área da safra 2015/16. No caso da soja, até o último domingo (21), ainda havia 10% da área de soja para ser semeada no país, como mostram os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e as condições climáticas ainda não são favoráveis.
Nesta manhã, fortes chuvas caíram sobre Iowa, Illinois, Indiana, Missouri e as novas previsões indicam mais precipitações para estes e outros estados com grande importância na produção de soja dos Estados Unidos nos próximos sete dias. As informações que partem do Serviço Nacional de Meteorologia indicam que nos períodos dos 6 a 10 e 8 a 14 dias, o clima deverá continuar úmido e com temperaturas mais amenas.
A imagem abaixo - do NOAA, o departamento oficial de clima do governo norte-americano - mostra as chuvas acumuladas nas últimas seis horas:
Assim, esse cenário é observado com cautela à medida em que os traders aguardam pelo boletim que o USDA traz na próxima terça-feira, 30 de junho, sobre a área dessa nova safra e, para Fernandes, os números poderiam vir menores tanto para a soja quanto o para o milho. "Essas 'novas' chuvas aparecem em um momento em que não poderia aparecer. Então, até o próximo dia 30, ainda vamos ver muita volatilidade e nervosismo no mercado em Chicago", acredita o consultor. "Na terça-feira poderemos ver um caminho mais bem definido para os preços. Até lá, o mercado continua muito bem encaixado entre os US$ 9,00 e US$ 10,00 por bushel", completa.
A opinião do analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, é semelhante. "O mercado reage ainda ao clima excessivamente úmido no Meio-Oeste e perspectiva de mais chuvas pela frente, e com base nesses fundamentos, os fundos estão comprando", diz.
Preços no Brasil - E ainda segundo Motter, esses rallies em Chicago se confirmam com boas oportunidades de vendas para os produtores brasileiros. Apesar do dólar mais fraco nesta quinta, as cotações da soja nos portos já apresentam preços melhores tanto para o produto disponível, quanto para o da safra nova.
Por volta de 11h50 (Brasília), em Paranaguá, a soja para entrega março/16 era cotada a R$ 73,00 por saca, com alta de 1,39%. Já em Rio Grande, a disponível era cotada a R$ 71,70, subindo 1,7%, enquanto a soja para maio/16 valia R$ 75,20 por saca, com uma alta superior a 2%.
Os mapas a seguir são do NOAA, o departamento oficial de clima do governo dos Estados Unidos e mostram, respectivamente, as chuvas ainda acima da média nos períodos de 6 a 10 e 8 a 14 dias no Meio-Oeste do país:
Período de 30 de junho a 4 de julho
Período de 2 a 8 de julho
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