Soja opera com altas de dois dígitos em Chicago frente à baixa do dólar e clima úmido no EUA
O mercado internacional da soja vem ampliando suas altas na sessão desta terça-feira (2) na Bolsa de Chicago. Depois de garantir ganhos de mais de 16 pontos, as posições mais negociadas subiam, por volta de 12h30 (horário de Brasília), entre 13,25 e 14,50 pontos, com o novembro/15, referência para a safra americana, cotado a US$ 9,15 por bushel.
O clima mais úmido no Meio-Oeste americano, que tem reduzido o ritmo dos trabalhos de campo em importantes regiões produtoras, mas ainda sem trazer problemas muito sérios, parece ter sido levado em consideração pelos traders internacionais, bem como o plantio da soja até o último domingo (31), que ficou dentro das expectativas, segundo explicam analistas.
De acordo com o boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os 71% ficam ligeiramente abaixo do registrado no mesmo período anterior, quando 74% da área já havia semeada.
E como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, apesar da pequena diferença entre os dois índices, o fator acaba sendo combustível para uma recomposição do mercado. "O mercado, com os atuais patamares de preços, está observando uma ausência de vendedores no físico, e precisa se ajustar a isso em um nível mínimo que estimule os produtores a voltarem a participar dos negócios", explica.
Apesar disso, o consultor afirma ainda que esse também é um movimento técnico e de um "mercado de papéis", o que pode trazer alguma fragilidade dessa forte alta. Afinal, é opinião comum entre os analistas que o mercado ainda se mostra pressionado frente aos fundamentos das boas expectativas de uma grande safra 2015/16 vinda dos EUA.
Outro fator que também influencia o mercado externo não só da soja, mas de todas as commodities agrícolas, é o dólar mais fraco no quadro internacional, inclusive frente ao real. Nesta terça-feira, por volta das 13h, a moeda norte-americana recuava 0,94% para R$ 3,14, ainda segundo Brandalizze.
No entanto, essa baixa acaba neutralizando o impacto positivo das boas altas registradas em Chicago sobre a formação dos preços no Brasil. Com os componentes dessa sessão, os valores nos principais portos do país variavam entre R$ 67,50 e R$ 68,80 por saca para o produto disponível, ainda em linha com os últimos valores da segunda-feira. Já para a safra nova, os preços eram de R$ 71,50 em Paranaguá e R$ 73,50 em Rio Grande.
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