Soja: greve dos caminhoneiros pára o transporte até os portos e pressiona preços no Brasil
Na sessão desta segunda-feira (23), os futuros da soja fecharam o dia próximos da estabilidade na Bolsa de Chicago, com baixas de menos de 1 ponto entre as posições mais negociadas. Nos portos brasileiros, os negócios terminaram com preços de R$ 66,50 - em Paranaguá - a R$ 67,60 por saca em Rio Grande.
Segundo o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora, um dos fatores de limitação das baixas da oleaginosa no quadro internacional foi a greve dos caminhoneiros que mantém parado o fluxo de produtos no Brasil. No entanto, a influência pode ser negativa para a formação das cotações no mercado interno. Os protestos que tiveram início na última quarta-feira (18) já exercem um impacto negativo na comercialização, principalmente com algumas empresas compradoras observando o momento com mais cautela e se retirando do mercado, ou comprar com margens de garantia ao frete.
"Há uma tendência generalizada de subirem os fretes por duas razões: primeiro, pela própria imposição da greve que é pelo aumento dos fretes e, segunda, porque há um atraso agora e depois haverá uma necessidade maior de transporte mais urgente e, portanto, a demanda deve subir de forma bastante significativa no momento em que o movimento chegar ao fim", explica Motter.
Com isso, o resultado é negativo para os preços internos, porém, pode ser positivo para as cotações praticadas em Chicago, uma vez que a saída de produto brasileiro se mostra limitada e quem precisa de um produto mais imediato vai buscar a oferta norte-americana. "O produto brasileiro está deixando de ser escoado", explica o analista.
Além dos problemas do escoamento da soja - e de demais produtos - pelas rodovias, há ainda problemas de escoamento nos portos, principalmente no terminal de Paranaguá, em função do excesso de chuvas dos últimos dias. Com esse cenário, já são observados prêmios um pouco mais fracos nos portos, como para o contrato março/15 que caiu de 50 para 40 centavos de dólar sobre os valores praticados em Chicago e, para maio, o recuo foi de 32 para 25 cents.
Paralelamente, há ainda a possibilidade de mais perdas serem registradas na safra brasileira de soja. Além das precipitações excessivas e atrasadas, já começa a ser relatada a falta de óleo diesel por conta da greve dos caminhoneiros em importantes regiões produtoras e a colheita não evolui em muitas localidades. "Já há relatos de perda de peso dos grãos", explica Motter.
Leia mais sobre a greve dos caminhoneiros:
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Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, as cotações devem seguir operando sem um direcionamento bem definido e com volatilidade até que novas notícias cheguem para impactar o mercado de maneira mais acentuada.
Uma das informações mais aguardadas é a confirmação dos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre a safra 2015/16 do país. Em relatórios trazidos na última semana, o departamento apontou para áreas de plantio menores para a soja e o milho, bem como safras menores para ambas as culturas. No entanto, os estoques de soja devem ser elevados.
Até que venham essas informações diferenciadas, o mercado deve seguir operando de forma bastante técnica, vendedor - por parte dos fundos de investimento - quando supera os US$ 10,00 por bushel e comprador quando perde esse patamar. "O US$ 10 por bushel é um nível psicológico muito importante", explica o analista da Granoeste.
Dólar
O andamento do dólar, e as altas assumidas nos últimos dias, continua ganhando importância na formação dos preços no Brasil, ao lado das variações em Chicago. "Devemos continuar atentos, principalmente, por conta da situação da dívida pública brasileiro e do crescimento da economia (...) Vai muito tempo para recuperarmos isso e foi isso que gerou esse descrédito todo, inclusive uma fuga de capitais e, com isso, o câmbio se mantém forte", explica Camilo Motter.
Nesta segunda-feira (23), a moeda americana chegou a superar os R$ 2,90 e fechou o dia com estabilidade, subindo 0,01% a R$ 2,8792. "Sempre que o dólar dá uma espichada como essa, é normal que haja alguns respiros no meio do caminho", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano à agência Reuters.
No link abaixo, confira a entrevista na íntegra de Camilo Motter:
>> Soja fecha com leve baixa na CBOT; no mercado brasileiro destaque para greve dos caminhoneiros
Veja como fecharam as cotações da soja nesta segunda-feira:
3 comentários
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Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
Quando for publicar, corrija a palavra maneira, na segunda linha, por favor... Obrigado.
Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC
A perversidade dos assassinos de gabinete não tem limites. Em que deu a “política de conteúdo nacional”?
Lula administrou a petrobrás da maneiro que quis, como se fosse dono da empresa, criou a Sete, meteu a mão no FGTS, usou a caixa econômica federal, BNDS... para financiar projetos sem viabilidade econômica, retirando disso gordos dividendos, antes mesmo de qualquer projeto concluído e funcionando! Quanta pedra inaugurada por Lula há no País! As tais pedras fundamentais que são inauguradas aos gritos. Os portentos da administração pública faliram a Petrobrás, e na impossibilidade de recorrer ao estado para tira-la do atoleiro, recorreram ao espólio dos brasileiros. Dilma e Lula começaram a guerra de propaganda, e nela é proibido a palavra falência, onde os ladrões, os incompetentes, devem ser poupados para salvar a empresa, e onde os que se negam a pagar a divida que não fizeram, são tratados como sabotadores que querem destruir patrimônio público e “conquistas sociais”. Sem querer atentar para a insanidade mental dessas pessoas, o Brasil foi sendo acostumado à inversão de valores, fatos,... até inverter a realidade mesma, e que somente é percebida diante de fatos que se apresentam brutais, como a impossibilidade de viver do trabalho devido a ter que pagar por dividas que foram os socialistas cheios de amor pelo ser humano que fizeram, com seus roubos e trapaças.Dalzir Vitoria Uberlândia - MG
Mais uma vez o SINO pode bater dos dois lados...se os fretes subirem ele será na verdade pago por quem!!!!ele será o preço no porto menos o frete..ou seja o produtor é quem pagará a conta mais uma vez... por isto que a noticia deve ser dada com todas as facetas...não que o Dalzir quer ver o produtor ganhando menos..mas a corda vai rebentar onde!!!! na parte mais fraca..omitir isto é induzir o ´produtor a erro...