Soja: Com dólar acima de R$ 2,70, preços fecham a 2ª feira acima dos R$ 60 nos portos do Brasil
Enquanto continua a pouca movimentação dos preços da soja na Bolsa de Chicago, o dólar vem retomando sua força frente ao real e favorecendo a formação das cotações no Brasil. Nesta segunda-feira (2), a moeda norte-americana fechou o dia com 0,96% de alta a R$ 2,7152, registrando o maior patamar desde dezembro do ano passado. Assim, o valor da soja com entrega em abril fechou com R$ 1,84% de alta de R$ 60,80 por saca, enquanto o valor em Rio Grande, com soja para entrega em maio/15, ficou em R$ 62,10, subindo 0,98%.
No interior do país, os preços também subiram na maioria das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas junto sindicatos rurais e cooperativas. Em Ubiratã e Londrina, no Paraná, alta de 0,92% para R$ 55,00 e em Cascavel, a cotação se valorizou 1,85% para R$ 55,00, por exemplo. No Mato Grosso do Sul, o mercado físico exibiu altas de mais de 3% em praças como Caarapó, Dourados, Ponta Porã e Maracaju.
Além da alta do dólar, outro fator que contribui para os ganhos na Bolsa de Chicago é a administração da comercialização da safra 2014/15 no Brasil. Apesar das ofertas de compra, o produtor brasileiro segue evitando fazer novas vendas nos atuais patamares de preços, postura que contribui para uma manutenção dos valores no mercado brasileiro.
Paralelamente, há ainda os prêmios positivos nos portos brasileiros. Para o contrato março/15, referência porto de Paranaguá, o prêmio é de 65 centavos de dólar sobre o valor praticado em Chicago, enquanto para as posições abril e maio, esse valor é de 37 cents.
"O produtor está vendo que o mercado não está em um momento favorável e agora vamos entrar em um pico de fevereiro e março, que são os piores momentos normais para se vender soja no Brasil, pois é o pico da colheita e o pico dos preços fretes, e isso é negativo para o produtor. Então, ele tem que sair dessa gangorra de vender nesse período que é o de maior custo para o produtor. É frete, é fila de caminhão, é porto congestionado, é esse período crítico e o produtor tem que evitar e se planejar para operar de outra forma", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Hoje, o produtor brasileiro já tem de 40 a 50% de sua safra comercializada, aproximadamente e com esse número variando de região para região, ainda de acordo com Brandalizze, e com o restante ele adota essa postura mais conservadora, de aguardar por melhores oportunidades de venda.
Bolsa de Chicago
Em Chicago, os futuros da soja fecharam o dia, mais uma vez, próximos da estabilidade, com leves baixas de pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos. O contrato maio/15 encerrou o dia valendo US$ 9,66 por bushel, enquanto o julho/15 ficou em US$ 9,71.
Segundo explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, sem novidades e em uma tentativa frustrada de romper os US$ 9,50, o mercado voltou a se sustentar e novos rallies de alta podem ser observados mais adiante.
"O mercado pode estar perto das mínimas e pode voltar a subir para testar novas resistências e é aí que podem estar as oportunidades para o produtor brasileiro", afirma Fernandes.
O números dos embarques semanais divulgados nesta segunda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também vieram bastante expressivos e ajudaram a trazer ganhos pontuais para a soja no mercado internacional. O número ficou acima do registrado na semana anterior e elevou o acumulado no ano a 37.446,010 milhões de toneladas da oleaginosa já embarcadas pelos EUA.
Na semana que terminou em 29 de janeiro, os EUA embarcaram 1.697,852 milhão de toneladas de soja, contra 1.544,809 milhão da semana anterior e 1.191,357 milhão do mesmo período da temporada anterior. Na safra 2013/14, nesse período, o total já embarcado pelos EUA era de 31.534,727 milhões de toneladas.
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