Soja: Mercado testa recuperação e amplia ganhos em Chicago na sessão desta 2ª feira
No início dessa semana, as cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham em campo positivo, com leves ganhos. Por volta das 13h09 (horário de Brasília), os principais contratos registravam altas de 1 ponto. A posição março/15 era cotada a US$ 9,62 por bushel.
Em meio à falta de informações, o mercado aguarda dados que possam impulsionar os preços. Nesta segunda-feira (2), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais. Na semana anterior, o número ficou em 1.522,036 milhão de toneladas de soja.
Enquanto isso, os investidores ainda observam a consolidação da safra da América do Sul e do planejamento da temporada 2015/16 nos Estados Unidos. Nesse mês de fevereiro, começam a sair as primeiras estimativas para a área de plantio norte-americana e o mercado, aos poucos, devem se voltar para essas informações.
Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:
Soja: Preço em Rio Grande fecha semana com R$ 61,50 após forte alta do dólar
Nesta sexta-feira (30), o dólar subiu quase 3% frente ao real e fechou o dia a R$ 2,6894, registrando a maior alta desde de setembro de 2011 e se aproximando, novamente, da casa dos R$ 2,70. E foi esse fator que fez com que o preço da soja subisse 3,02% para a soja com entrega em maio/15 no porto de Rio Grande, fechando a R$ 61,50 por saca. Em Paranaguá, o valor avançou 2,06% para R$ 59,70. Assim, no balanço semanal, as cotações subiram 2,5% e 1,19%, respectivamente.
Essa surpreendente reação da moeda norte-americana, que acumula alta de 1,15% em janeiro, ajudou a compensar mais uma sessão negativa para as cotações da soja na Bolsa de Chicago. Por volta das 15h (horário de Brasília), os preços perdiam mais de 10 pontos, porém, as posições mais negociadas foram amenizando as perdas para terminar o dia com baixas de pouco mais de 7 pontos.
Segundo explicaram analistas e consultores, o mercado ainda se comporta de forma bastante técnica frente à falta de novidades entre os fundamentos. Como explicou o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, os fundos observaram gráficos de um mercado pressionado e aproveitaram o momento para liquidar mais posições. "O mercado continua sem novidadades e ainda bastante técnico", diz Brandalizze. "E a tendência ainda é de pressão na próxima semana", completa.
Para Ênio Fernandes, consultor de mercado, as tentativas de alta foram frustadas a partir do momento em que o mercado não conseguiu se sustentar nos US$ 9,75 e caiu para buscar os US$ 9,50. "Mas acredito que já estamos próximos das mínimas, não estou muito baixista para esse mercado não. Esse foi um movimento grafista", disse sobre as expressivas baixas registradas ao longo da sessão desta sexta.
O mercado ainda exibe uma clara falta de direção à espera de novas informações que possam trazer força aos movimentos diários na CBOT, sejam positivos ou negativos. Entre essas notícias, poderiam vir mais informações sobre as perdas na safra brasileira - já estimadas em algo entre 3 e 5 milhões de toneladas - e também sobre o que é esperado para a safra 2015/16 dos EUA. "Os negócios estão, em Chicago e aqui no Brasil, em compasso de espera", afirma Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
Segundo explica o analista, janeiro é tradicionalmente um mês de preços mais pressionados - partes em função da entrada de alguns primeiros volumes da nova oferta brasileira - e assim, todo o mês se configurou em momentos de perdas para as cotações em Chicago.
Mercado Interno
No mercado interno, especialmente nesta sexta-feira, os preços não sentiram tanto o impacto das quedas em Chicago em decorrência da forte alta do dólar. E por isso, em quase todas as praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas apresentaram boas altas - de quase 1% - ou estabilidade.
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