Soja tem mais um dia de pouca movimentação e caminha de lado na CBOT nesta 4ª
Os preços da soja, nesta quarta-feira (28), registram uma nova sessão de poucos negócios e preços beirando a estabilidade na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas, por volta das 10h20 (horário de Brasília), perdiam pouco mais de 2 pontos, com o contrato maio/15, referência para a safra brasileira, cotado a US$ 9,78 por bushel.
Faltam novidades concretas que possam estimular movimentações mais fortes dos preços e direcionar melhor o mercado e, ainda segundo sinalizam analistas, não deverão surgir informações que sejam suficientes para alavancar os negócios pelo menos até o final dessa semana.
Para os produtores brasileiros, a movimentação no mercado interno também é lenta. Os preços mais baixos praticados em Chicago e aliados a um dólar fraco frente ao real têm deixado a comercialização travada, já que os sojicultores têm evitado efetivar novos negócios.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja tem mais um dia de perdas em Chicago e no Brasil; dólar segue pressionado
Nesta terça-feira (27), o mercado da soja voltou a recuar na Bolsa de Chicago e fechou o dia em campo negativo, perdendo cerca de 8 pontos entre os principais vencimentos. No Brasil, as cotações também recuaram e os preços voltaram a perder o patamar dos R$ 60,00 nos portos, frente a mais uma sessão de desvalorização do dólar frente ao real.
No cenário internacional, as cotações foram pressionadas por mais um reporte de cancelamento de compra de soja nos Estados Unidos por parte da China divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). A operação envolvia 120 mil toneladas da safra 2014/15 e esse já é o terceiro anúncio nas últimas semanas e acabou exercendo um efeito negativo sobre as cotações.
Por outro lado, o USDA trouxe ainda o anúncio de uma nova venda de 111 mil toneladas também da safra atual para destinos desconhecidos, e essa divulgação acabou limitando as baixas registradas em Chicago.
Além desses fatores, há ainda a situação do desenolvimento do clima na América do Sul, principalmente no Brasil, onde as condições são adversas e já provocam perdas irreversíveis em importantes regiões produtoras. Para o consultor de mercado Ênio Fernandes, os investidores já começam a refazer seus números e já não trabalham mais com projeções na casa de 95 a 96 milhões de toneladas. As novas estimativas variavam, segundo Fernandes, entre 91 e 93 milhões de toneladas, entretanto, "ainda considerando uma safra robusta", acredita.
De acordo com o consultor, apesar dessas novas contas que começam a ser feitas a cerca das projeções para a colheita brasileira, os preços ainda não reagem em Chicago e seriam necessárias perdas ainda mais severas para que o mercado pudesse voltar a subir expressivamente e recuperar alguns patamares importantes.
Entretanto, os relatos de perdas de lavouras e quebras de produtividade vêm de todas as partes do Brasil, de forma generalizada. Em Goiás, já se espera uma perda de 15% ou 1,4 milhão de toneladas na safra de soja 2014/15 e em algumas regiões do Paraná, como Guaíra, a produtividade média fica na casa de 30 sacas por hectare. Em Mato Grosso, principal estado produtor de soja do Brasil, os rendimentos também se mostram bastante irregulares e devem resultar em uma safra menor do que as estimativas iniciais, de mais de 27 milhões de toneladas.
Outro fator, ainda sobre o cenário de clima e conclusão de safras, segundo Ênio Fernandes, são as condições do tempo e os resultados esperados nos demais países produtores da América do Sul, como Argentina e Paraguai, este último já tendo registrado algumas perdas.
Mercado Interno
Assim, com essa pressão sobre Chicago e mais uma queda consecutiva do dólar, os preços se retraem no Brasil, bem como a comercialização da soja que já começa a ser colhida no país. A moeda norte-americana perdeu 0,77% e terminou a sessão valendo R$ 2,5706.
Os negócios continuam acontecendo de forma bastante lenta, com os produtores atentos ao andamento dos negócios, à conclusão da safra brasileira e aguardando por melhores oportunidades de vendas mais adiante. E para Fernandes, esse comportamento do sojicultor também será fundamental na composição das cotações, principalmente no mercado brasileiro.
Segundo informou o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), "já se nota uma comercialização retraída em relação aos últimos meses em decorrência dos baixos preços. Se este cenário não melhorar, as vendas realizadas neste ano podem apresentar preços que tornam a rentabilidade desta safra comprometida".
Ainda de acordo com o instituto, as cotações do contrato março/15 no mercado a termo deixaram a casa dos R$ 50,00 para trabalhar a níveis próximos dos R$ 42,00/saca em Mato Grosso. Entre as principais praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, as baixas foram de pouco mais de 1%.
Já no porto de Paranaguá, a soja para entrega em abril/15 fechou o dia valendo R$ 58,20, com queda de 1,36%. Em Rio Grande, queda de 1,17% para o produto com entrega em maio/15 para R$ 59,30 e alta de 0,81% para a soja disponível, que terminou os negócios desta terça com R$ 62,00 por saca.
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