Soja inicia a 6ª feira registrando leves altas em Chicago após semana volátil
Nesta manhã de sexta-feira (23), o mercado internacional da soja opera na defensiva, mais uma vez, e segue registrando oscilações bem pouco expressivas na Bolsa de Chicago. Por volta das 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam pouco mais de 2 pontos entre as principais posições.
A semana foi de intensa volatilidade, com os investidores atentos à divulgação e confirmação de algumas informações, entre elas, as chuvas previstas para o Brasil nos próximos dias. Além disso, o mercado, nesta sexta, espera pelo boletim semanal de vendas para exportação a ser divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no início da tarde.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja perde os R$ 60 nos portos com mais um dia de recuo em Chicago e queda do dólar
Com mais um dia de baixas na Bolsa de Chicago aliada ao recuo do dólar frente ao real, os preços da soja no Brasil - no interior e nos portos - também recuaram expressivamente nesta quinta-feira (22). Tanto em Rio Grande quanto em Parananaguá as cotações perderam o patamar dos R$ 60,00 e fecharam o dia com R$ 58,00 e R$ 59,50 por saca, caindo 3,33% e 1,65%, respectivamente. O produto disponível também perdeu valor e terminou os negócios em R$ 62,00 no terminal gaúcho, recuando 0,81%.
Entre as principais praças de comercialização no interior do Brasil, os preços da soja pederam de 1,53% em Jataí/GO caindo para R$ 53,37 por saca e, em Londrina, o preço caiu para R$ 54,00, com baixa de 0,92%. Nas demais, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e sindicatos rurais, os valores permaneceram estáveis, variando de R$ 49,00 a R$ 54,50.
Esse cenário, que já se estende há alguns dias, tem mantido o mercado travado e o ritmo lento na comercialização dessa temporada 2014/15. Há aproximadamente 40% da safra de soja já negociada e, segundo analistas, os preços em que foram efetivados esses negócios foram remuneradores, dada à alta capacidade de administração da comercialização do produtor brasileiro, segundo relatam analistas e consultores de mercado.
No atual momento, porém, os sojicultores - aqui e nos Estados Unidos, inclusive - se retiraram do mercado e, dessa forma, contribuem ao menos limitando as baixas, uma vez que não exercem pressão de venda sobre o andamento das cotações.
"Tivemos uma queda do mercado internacional e um momenâneo arrefecimento da taxa de câmbio e, ainda podemos unir a isso, o fato de que a colheita no Brasil já está em desenvolvimento", explica o consultor de mercado Flávio França Junior, da França Jr Consultoria. "Já percebemos que os preços da safra nova e da safra velha já estão misturados e não há muito mais diferença, reflexo do avanço da colheita", completa.
Entretanto, o dólar, ainda de acordo com consultor, tem um conjunto de variáveis favoráveis que deve manter as taxas elevadas e provocar, mais adiante, uma recuperação da moeda norte-americana frente ao real e criar novas e melhores oportunidades de comercialização ao produtor brasileiro. Para França, a divisa ainda deve continuar trabalhando entre R$ 2,60 e R$ 2,80, já que essas variáveis não se modificaram. "Porém, o mercado não é rígido, é volátil e, nesse momento, houve um pouco mais de entrada de capitais e no pais e as expectativas especulativas de que a nova equipe econômica conseguirá adotar uma melhor política nesse novo governo", explica.
Bolsa de Chicago
Na sessão desta quinta-feira, os futuros da soja na Bolsa de Chicago fecharam o dia perdendo de 5,25 a 6,75 pontos entre os principais vencimentos. O mercado chegou a tentar consolidar uma recuperação, atuou em campo positivo, porém, perdeu força ao longo dos negócios.
O mercado vinha encontrando sustentação em alguns fatores como a desvalorização do dólar frente à algumas das principais moedas ao redor do mundo, e tambám a saída dos produtores norte-americanos do mercado, segundo explicam analistas. Porém, ambas as situações não tem sido suficientes para manter as cotações em campo positivo.
Para França Jr., há uma pressão vinda do cenário de oferta, principalmente, com números bem mais elevados do que os registrados em temporadas anteiores. Apesar da irregularidade de chuvas que vem sendo sentida pelo Brasil em importantes regiões produtoras, o consultor acredita em uma safra cheia, entre 94 e 95 milhões de toneladas, e isso segue pesando sobre os negócios.
"Está chovendo, ainda de maneira irregular, mas está chovendo e isso está pressionando o mercado lá fora. Então, esse ponto de sustentação perdeu um pouco do embalo nos últimos dias, mas precisamos acompanhar como essas chuvas vão se comportar nos próximos dias. Na oferta, essa é a bola da vez", afirma França.
Paralelamente, os cancelamentos anunciados pela China recentemente também contribuem para a continuidade do movimento negativo para os preços da soja nessas últimas semanas.
"A linha dos US$ 10 era uma linha muito forte, foi rompida agora, mas resistiu por várias meses, e agora vira uma resistência. Abaixo dos US$ 10, o mercado traz para o produtor - brasileiro e norte-americano - trava os negócios aqui e lá fora. O produtor vai resistir fortemente em entrar no mercado com soja abaixo dos US$ 10", diz. "Por isso, eu acredito que os preços possam voltar a subir no decorrer das próximas semanas, já que a ideia do produtor americano não é vender a soja abaixo dos US$ 10", completa.
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