Soja tem sessão de pouca movimentação em Chicago e fecha a 4ª feira com leve alta
A sessão desta quarta-feira (21) para o mercado da soja na Bolsa de Chicago foi bastante calma e as oscilações exibidas foram pouco significativas durante todo o dia. No fechamento, os principais vencimentos terminaram com ganhos de 1,50 a 1,75 ponto.
O mercado tenta consolidar uma recuperação, segundo explicam analistas, após as baixas que vem acumulando nos últimos pregões e recuperar, segundo explicam os analistas, o patamar dos US$ 10,00 por bushel. Entre os fatores de suporte - ou ao menos de limitador das baixas - está uma nova venda de soja dos EUA para a China de 176 mil toneladas anunciada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quarta-feira, e os embarques semanais norte-americanos reportados nesta terça (20) ainda fortes e superando ligeiramente as expectativas ao super 1,5 milhão de toneladas na semana que terminou em 15 de janeiro.
Para analistas internacionais, um recuo do dólar também contribui para essa tentativa de recuperação da commodity, uma vez que com a moeda norte-americana mais barata frente às demais internacionais, os ativos e produtos negociados nas bolsas americanas acabam se tornando mais competitivos.
O dólar fechou com baixa de 0,32% nesta quarta-feira a R$ 2,6066 e, na mínima da sessão, bateu nos R$ 2,5853. Analistas afirmam que esse movimento é reflexo das expectativas de uma maior disciplina fiscal no Brasil e novos estímulos econômicos vindos da Zona do Euro. Apesar disso, o Brasil, ainda conta com um cenário de atividade fraca e inflação alta, segundo explica o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira ao G1. "O mercado está em uma semana de bom humor, mas não acho que consiga furar o nível de 2,60 (reais)", disse.
No Brasil, os preços não demonstraram uma direção definida, chegando a subir até mais de 2% em algumas praças de comercialização, como foi o caso de Tangará da Serra/MT e Campo Novo do Parecis/MT, com valores de R$ 50,00 e R$ 49,00 por saca, respectivamente.
Nos portos, por outro lado, as cotações recuaram. Em Paranaguá, baixa de 1,64% para a soja com entrega em abril/15 para R$ 60,00. Em Rio Grande, o produto futuro caiu 0,82% para R$ 60,50 e o disponível 1,59% para R$ 62,00
Outro fator que começa a ganhar a atenção dos investidores é o clima na América do Sul, principalmente a falta de chuvas no Brasil. Algumas regiões já estão sem chuvas há mais de 20 dias porém, um bloqueio atmosférico que estava sobre todo o país começou a ser rompido nesta quarta-feira por uma frente fria.
Entretanto, segundo o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Marcelo Scnheider, as precipitações chegam às regiões Sudeste e Centro-Oeste e ainda de forma irregular.
"Estamos com mais de 30 dias sem chuvas na região. Vai haver uma perda bastante expressiva. A gente não pode ainda medir, se vai ser 15 ou 30 por cento, ou mais, porque não se sabe que dia vai chover", disse à Reuters o presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antonio Chavaglia.
>> Cooperativa prevê perda expressiva na safra de soja do sudoeste de Goiás por seca
Para o especialista, a situação deve se normalizar somente a partir de fevereiro e em alguns estados como Piauí e Bahia, no nordeste do país, a situação é relatada pelos produtores como "desesperadora".
"O anúncio da compra da China de uma quantidade quase igual ao volume cancelado no dia anterior foi positivo, mas insuficiente para mexer com o mercado de forma mais expressiva. Os traders estão esperando, agora, a confirmação da chuvas previstas para o Brasil no final da semana", disse Todd Hultman, analista de grãos do site norte-americano DTN The Progressive Farmer.
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