Soja tem pregão calmo e de busca por estabilidade, mas tenta manter leves altas
O mercado internacional da soja, nesta quarta-feira (21), tenta encontrar um terreno mais firme para os negócios na Bolsa de Chicago, buscando se manter em campo positivo entre as posições mais negociadas. Por volta das 13h (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 3,50 e 4 pontos, com o maio/15, referência para a safra brasileira, em US$ 9,91 por bushel.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou, nesta terça, uma venda de 176 mil toneladas de soja da safra 2014/15 para a China e esse deve ser um fator de contribuição para essa tentativa de recuperação das cotações, principalmente por chegar no dia seguinte ao anúncio de cancelamento da compra de 174 mil toneladas por parte da nação asiática.
Para analistas internacionais, um cenário mais tranquilo na macroeconomia também favorece uma tentativa de avanço dos preços, com ligeiras altas sendo registradas pelo petróleo - mesmo que ainda modestas depois das baixas significativas dos últimos meses - e de um dólar mais baixo frente a uma cesta de importantes moedas ao redor do mundo.
Nesta terça, a moeda americana recua frente ao real e volta a se aproximar do patamar dos R$ 2,60. Analistas afirmam que esse movimento é reflexo das expectativas de uma maior disciplina fiscal no Brasil e novos estímulos econômicos vindos da Zona do Euro. Apesar disso, o Brasil, ainda conta com um cenário de atividade fraca e inflação alta, segundo explica o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira ao G1. "O mercado está em uma semana de bom humor, mas não acho que consiga furar o nível de 2,60 (reais)", disse.
Paralelamente, há ainda as informações sobre o clima na América do Sul e a conclusão da safra, principalmente, no Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil, a maior parte dos estados produtores vem reportando problemas de produtividade por conta da irregularidade no regime de chuvas e das elevadas temperaturas. Em muitos locais, os pés de soja estão morrendo e as perdas são irreversíveis. É opinião comum entre analistas e consultores de mercado que a safra do Brasil não deverá atingir as 95 milhões de toneladas.
"A cada dia que não chove no Centro-Sul, estamos nos distanciando de uma safra de 95 milhões de toneladas. Teremos quebras em várias regiões do Brasil, em alguns locais, quebras mínimas, em outros, quebras extremamente importantes, não teremos mais uma safra de 95 milhões", diz Ênio Fernandes, consultor de mercado.
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