Soja: Mercado intensifica perdas em Chicago nesta 3ª feira e tem baixas de dois dígitos
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago vêm ampliando as baixas na sessão desta terça-feira (20) e, por volta das 13h15 (horário de Brasília), perdiam mais de 15 pontos, com o vencimento maio/15, referência para a safra brasileira, cotado a US$ 9,81 por bushel.
O mercado recebeu, na volta do feriado do dia de Martin Luther King comemorado ontem nos EUA e quando o mercado não funcionou, a notícia de mais um washout (ou cancelamento) de mais uma compra de soja da China reportada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesse caso de 174 mil toneladas, o segundo anúncio nas últimas duas semanas.
Para o analista de mercado e editor sênior do site norte-americano Farm Futures, Bryce Knorr, esse é um fator de forte pressão sobre as cotações, uma vez que essa "onda de washouts parece ter começado mais cedo do que o normal, devido à proximidade da chegada da safra da América do Sul".
Dessa forma, os números do crescimento chinês em 2014, que foi de 7,4%, e das adversidades climáticas no Brasil que vinham atuando como forma de suporte para os preços, ou ao menos limitação para a baixa, acabaramse tornando coadjuvantes, ainda segundo Knorr, e as cotações intensificaram as perdas em Chicago.
Safra da América do Sul
No Brasil, as perdas já estão se consolidando e uma quebra na safra 2014/15 será inevitável, segundo explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes. "A cada dia que não chove no Centro-Sul, estamos nos distanciando de uma safra de 95 milhões de toneladas. Teremos quebras em várias regiões do Brasil, em alguns locais, quebras mínimas, em outros, quebras extremamente importantes, não teremos mais uma safra de 95 milhões", diz.
No entanto, essas informações ainda não receberam a devida atenção do mercado já que as informações ainda têm sido divergentes e empresas importantes, nacionais e internacionais, estão à campo, segundo Fernandes, para levantarmos os impactos desse calor excessivo e da irregularidade de chuvas em todo o país. E essa é uma situação que se repete no Paraguai, onde a colheita já se iniciou e as produtividades estão bastante irregulares.
Por outro lado, na Argentina, a safra 2015 evolui bem, segundo relata o diretor da Globaltecnos, Sebastian Gavalda, e a produção nesta temporada pode ser recorde. Entretanto, a comercialização no país está atrasada, concluída em apenas 2%, número bem abaixo da média histórica.
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