Soja ameniza perdas em Chicago e busca estabilidade nesta 4ª feira
Na tarde desta quarta-feira (14), o mercado internacional da soja dá continuidade ao movimento negativo para os preços, no entanto, exibe perdas bem menos intensas entre os principais vencimentos. Por volta das 15h30 (horário de Brasília), as cotações recuavam entre 1,25 e 2,50 pontos, com o março/15 se recuperando e cotado a US$ 10,02; o maio/15, referência para a safra brasileira, era negociado a US$ 10,08 por bushel.
O mercado ainda exibe, segundo analistas, um movimento técnico e de realização de lucros, no entanto, agora buscando estabilidade depois das baixas expressivas das últimas sessões.
Para especialistas, o mercado, aos poucos, irá se voltar aos seus fundamentos, principalmente de clima e demanda, que se mostram favoráveis a uma recuperação dos preços. Há situações de clima adverso na América do Sul, prejudicando o potencial produtivo das lavouras, e boas notícias vindas do lado da demanda.
Nesta temporada, o clima tem sido uma preocupação desde o início do plantio da soja. Em muitas localidades, especialmente no Centro-Oeste, o cultivo da oleaginosa ficou atrasado devido à ausência de chuvas. Com o início da colheita em algumas localidades, o que já se percebe é que as lavouras plantadas mais cedo, as mais precoces, são as que sofrem mais e já apresentam uma produtividade mais baixa do que as projeções iniciais.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou, na última sexta-feira (9), sua estimativa para a safra brasileira de soja em 95 milhões de toneladas. No entanto, o número é resultado de um período de estudo e levantamento em que as lavouras não vinham sofrendo tanto com o quadro climático e deverá ser revisada, segundo consultores e analistas de mercado, já que a colheita não deverá alcançar esse número.
Para Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting, a safra brasileira dificilmente passará de 93 milhões de toneladas e estima algo entre 91 e 93 milhões. Sua expectativa é semelhante à última projeção da consultoria FCStone, de 93,5 milhões de toneladas.
O padrão climático que tem sido observado no Brasil já há algumas semanas, e que têm prejudicado quase todas as culturas brasileiras, deve se estender até o final da próxima semana. Segundo o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, essa irregularidade no regime de chuvas continua e ainda deve trazer muita preocupação aos produtores rurais.
As regiões mais afetadas tem sido o Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste do país, onde as chuvas são apenas pancadas isoladas e de baixo volume, insuficientes para recompor o déficit hídrico severo em algumas localidades. Dessa forma, as condições já têm provocado até mesmo a morte das plantas em determinadas áreas.
Veja mais informações sobre as adversidades climáticas e os impactos sobre a safra região por região
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Do lado, da demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou, nesta quarta, uma nova venda de soja em grão. Foram 202,750 mil toneladas para destinos desconhecidos e, desse total, foram 102,750 mil da safra 2014/15 e 100 mil da 2015/16.
A demanda pela soja, que é o maior alimento da humanidade, está constituída, e, a diante, as cotações devem reagir e se ajustar aos fatos. "A partir do movimento de vendas da soja é que se dá continuidade à toda a cadeia (...) E a demanda mundial por alimentos é evolutiva e crescente, principalmente pelo advento da Ásia", afirma o consultor de mercado Liones Severo, do SIM Consult. "A oferta é consequência da demanda existente", completa.
No link abaixo, confira a íntegra da entrevista de Liones Severo:
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