USDA: Expectativas indicam redução nos estoques de soja e de milho nos EUA
Novos números serão divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na próxima segunda-feira, 12 de janeiro e, como tradicionalmente acontece, consultorias privadas trazem suas expectativas sobre o relatório mensal de oferta e demanda. E à espera desses números, o mercado de grãosna Bolsa de Chicago opera de lado mais uma vez nesta sexta-feira (9).
Estoques Finais
Os números dos estoques finais a serem reportados pelo USDA refletem a condição dos mesmos nos Estados Unidos em 31 de agosto e, tanto para a soja quanto para o milho, poderiam ser revisados para baixo de acordo com as expectativas médias dos traders.
Para a soja, os estoques estão sendo esperados na casa das 10,9 milhões de toneladas e os de milho em 49,3 milhões. No boletim de dezembro, esses números vieram em 11,16 milhões e 50,75 milhões de toneladas, respectivamente. Para o trigo, pode haver um ligeiro aumento de 17,81 para 18 milhões de toneladas.
Sobre os estoques finais mundiais, as expectativas apontam para mudanças mais amena para a soja e para o milho. No caso da oleaginosa, os números devem passar, de acordo com as projeções dos traders, de 89,87 para 90,2 milhões de toneladas, enquanto os do cereal podem chegar a 192,1 milhões de toneladas, contra as 192,2 milhões estimadas em dezembro. A expectativa para os estoques finais de trigo indicam 194,6 milhões de toneladas, ligeiramente menor do que o registrado no reporte anterior, de 194,9 milhões de toneladas.
Produção, produtividade e área nos EUA
Os traders apostam ainda que a safra norte-americana de milho na temporada 2014/15 seja estimada em 364,9 milhões de toneladas, enquanto que, em dezembro, esse número era de 365,979 milhões. Sobre a soja, a indicação é de uma colheita de 107,9 milhões de toneladas, contra as 107,73 milhões reportadas no boletim anterior.
A produtividade, em ambas as culturas, deverá ficar ligeiramente menor nesse boletim de janeiro, segundo as expectativas. Para o milho, se espera uma baixa de 183,52 para 181,5 sacas por hectare. No caso da soja, o número deve passar, de acordo com o esperado pelos traders, de 53,87 para 53,46 sacas por hectare.
Para a área colhida também há uma expectativa de baixa. Em dezembro, a área foi estimada pelo USDA, no caso da soja, em 33,75 milhões e agora o esperado são 33,63 milhões. Já para o milho, o número deve cair de 33,63 para 33,51 milhões de hectares.
Estoques trimestrais
Na segunda-feira, o USDA traz ainda seu boletim com os estoques trimestrais de grãos e também há expectativas para esses dados. Os números referem-se aos estoques na posição de 1º de dezembro.
Para o milho, se esperam 283,5 milhões de toneladas e para a soja, 70,9 milhões. No último relatório desse tipo de 2014, divulgado em 30 de setembro e que reportou a situação em 1º de setembro, os volumes vieram em 2,5 milhões para a soja e 31,4 milhões de toneladas para o milho.
Bolsa de Chicago
Sem novidades e às vésperas da divulgação desses dados, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago trabalham testando os dois lados da tabela nesta sexta-feira (9). O movimento, nessas últimas sessões da semana, foi bastante comum e tirou a direção das cotações.
No entanto, no início da tarde, os principais vencimentos da oleaginosa tentavam se manter em campo positivo, registrando alguns ligeiros ganhos, que variavam entre 3,25 e 5 pontos.
O mercado parece não ter sentido muito expressivamente o impacto do anúncio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ainda nesta sexta-feira, de uma safra de soja no Brasil que poderia chegar às 95,9 milhões de toneladas nessa temporada.
Segundo a nota divulgada pela Conab, "apesar do atraso do início das chuvas, o que afetou o começo do plantio, a lavoura está apresentando bom desenvolvimento". Entretanto, esses levantamento refere-se à um período de avaliação em que as condições climáticas ainda não se mostravam tão preocupantes como acontece nesse momento.
"No leste de Mato Grosso, Goiás, parte de Mato Grosso do Sul, Piauí, Bahia e Tocantins há locais onde as temperaturas estão muito elevadas e a pluviometria é baixa, há regiões onde não chove há 15, 18 dias. E os mapas de chuvas também são ruins. Não conseguimos enxergar chuvas abrangentes até o próximo dia 20, e o mercado está tentando capturar essa seca", relatou o consultor de mercado Ênio Fernandes.
Com isso, para o consultor o mercado estará, portanto, muito atento à forma como se comporta o clima no Centro-Sul do Brasil nos próximos 20 a 25 dias, e uma quebra de algo entre 4 ou 5 milhões de toneladas poderia motivar uma movimentação mais forte das cotações, acredita o consultor.
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