Soja fecha com forte alta frente aos apertados estoques dos EUA
A escassez de soja nos Estados Unidos voltou ao foco do mercado internacional e os negócios com os contratos futuros da oleaginosa encerram a sessão desta terça-feira (18) com forte alta na Bolsa de Chicago. Os vencimentos mais próximos fecharam o dia subindo mais de 20 pontos. A posição maio/14, referência para a safra brasileira e a mais negociada desse momento, ficou valendo US$ 14,18 por bushel.
Os estoques norte-americanos em níveis críticos e a demanda mundial ainda bastante concentrada no produto dos Estados Unidos justificam essas altas mais expressivas para os vencimentos mais próximos. Segundo Stefan Tomkiw, isso acontece uma vez que, apesar de ser referência para os preços da soja em todo o mundo, a Bolsa de Chicago ainda reflete mais intensamente a realidade norte-americana.
"Os exportadores nos EUA comprometeram um volume muito além do que tinha sido estimado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e esse volume excedente não conta com sinalizações de uma rolagem de posições ou até mesmo movimento de washouts (troca de origens). E uma perspectiva de preços firmes tem sido reforçada pelos números dos embarques dos EUA e também dos números de esmagamento do Nopa, que trouxeram um volume levemente acima do que o mercado para fevereiro", explica Stefan Tomkiw, analista de mercado da Jefferies Corretora.
As indicações, portanto, são de que tanto a demanda externa, quanto interna seguem contínuas e firmes, dando sustentação e impulso às cotações da oleaginosa no mercado internacional.
Ainda de acordo com o analista, essa procura ainda muito forte pela soja norte-americana é justificada pela ausência dessas rolagens, ou seja, as entregas do produto serem feitas mais adiante, as quais já deveriam ter sido feitas.
"Aparentemente, os chineses demoraram demais para fazer essas rolagens e, como normalmente, as vendas feitas na exportação para a China são feitas via SIF, os exportadores dos EUA dificultaram ou exigiram um custo financeiro elevado para efetivarem esses movimentos", explica.
Essas compras bastante acentuadas de soja dos EUA se deram também, segundo Tomkiw, dada a apreensão dos importadores chineses com o tempo de disponibilidade da safra da América do Sul e os washouts que deveriam ter acontecido mais cedo, portanto, acabaram sendo "atrasados", inviabilizando o movimento.
Frente a isso, o sentimento atual do mercado é de que, no segundo semestre, um maior volume de soja deverá estar disponível para os compradores, concentrando algo ainda da atual produção brasileira e mais a entrada da nova safra dos Estados Unidos. Ainda assim, no entanto, a demanda também conta com projeções fortes, o que permite a alta do mercado, porém, de forma menos acentuada do que vem sendo registrada pelos vencimentos mais próximos.
Assim, o contrato agosto/14 fechou o dia subindo 11,75 pontos, valendo US$ 13,48 por bushel, e o setembro terminou a sessão com 12 pontos de alta e cotado a US$ 12,46.
Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta terça-feira:
Milho: Preocupação com o clima nos EUA impulsiona preços em Chicago
Por Fernanda Custódio
As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram a sessão desta terça-feira (18) do lado positivo da tabela. Durante as negociações, os vencimentos da commodity ampliaram as altas e fecharam o dia com ganhos entre 6,25 e 7,25 pontos. No pregão de hoje, os vencimentos do cereal registraram valorização de 1,5%.
As previsões climáticas indicando frio para algumas regiões produtoras nos Estados Unidos deram suporte às cotações em Chicago. Segundo o analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Messias Toniolo, os investidores já começam a especular sobre um possível atraso no plantio do milho norte-americano.
Além disso, o mercado internacional de grãos aguarda o primeiro relatório de intenção de plantio no país, que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no dia 31 de março. A expectativa do mercado é que haja uma redução na área cultivada com o milho na próxima safra norte-americana.
“Até o anúncio do boletim do departamento, teremos fundos entrando e saindo do mercado. O relatório servirá para o mercado tomar um rumo e nortear os preços futuros do cereal”, explica Toniolo.
Paralelo a esse cenário, apesar da crise política e econômica na Ucrânia, os embarques de milho do país não foram afetados. Na última semana, as exportações ucranianas totalizaram 700 mil toneladas, maior volume desde o início da temporada.
A Ucrânia é o terceiro maior exportador global de milho e, esse ano, os embarques deverão somar 18,5 milhões de toneladas, cerca de 16% de todo o cereal consumido no mundo. Até o momento, desde o início do ano comercial, as exportações são de 15,84 milhões de toneladas, conforme informou o Ministério de Agricultura do país.
BMF&Bovespa
Ainda na visão do analista, o cenário mundial do mercado de milho também influencia os preços interno. Nesta terça-feira, a saca do cereal para setembro foi negociada a R$ 31,50, entretanto, não havia vendedores. Na BMF&Bovespa, as principais posições registram mais um dia positivo com leves valorizações de 0,33%.
De acordo com o analista de mercado, Carlos Cogo, o mercado tem encontrado suporte em duas variáveis, a quebra na safra de verão de milho e o stress em relação à segunda safra brasileira. Em torno de 20% da safrinha do grão foi cultivado fora da janela ideal de plantio.
“Podemos esperar um preço médio em 2014, maior do que tivemos em 2013. Mas, nesse momento, o potencial de alta começa a perder fôlego. O mercado começa a se acomodar e depois irá observar a evolução da segunda safra”, diz Cogo.
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