Ameaça à safra da América do Sul estimula altas da soja na CBOT
Uma sólida combinação de fatores positivos dá suporte ao mercado da soja e futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago operam com um significativo avanço nesta terça-feira (18). Os negócios voltaram do feriado do Dia do Presidente, comemorado nesta segunda (17) nos EUA, com força e altas de dois dígitos.
As fortes altas registradas pela soja em Chicago, que por volta das 11h40 (horário de Brasília), superavam os 12 pontos - e mais tarde chegaram a mais de 15 - já eram prontamente refletidas no mercado brasileiro. No Porto de Paranaguá, a saca de soja era negociada entre R$ 71,50 e R$ 72,00, enquanto no Porto de Rio Grande esse valor chegava a R$ 73,00. O prêmio em ambos os terminais eram de 15 centavos sobre o vencimento março praticado em Chicago.
Entre os componententes de formação dos preços, a demanda mundial, que continua crescente e consistente, tem destaque. Os importadores mundiais, principalmente a China continuam demonstrando um ávido apetite por soja, tanto norte-americana, quanto brasileira. Confirmando essa forma do consumo, os prêmios pagos pelas commodities são positivos nos portos dos dois países.
Porém, nos Estados Unidos a oferta é preocupantemente escassa e, na América do Sul, a safra inicialmente projetada para ser recorde é duramente ameaçada por condições climáticas adversas.
No Brasil, a seca se estende em importantes estados produtores como Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Em muitos locais faltam chuvas há mais de 40 dias e as plantas já passam por um severo stress hídrico e têm, dia a dia, seu potencial produtivo sendo reduzido. Na opinião de Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora, a quebra na colheita do Brasil poderia chegar a 5 milhões de toneladas frente aos preocupantes relatos vindos do campo.
"O mercado fora do Brasil começa a receber informações de perdas mais acentuadas em razão da seca. As últimas chuvas foram esparsas, de baixas volumes e, em algumas regiões nem foram registradas precipitações", explica Motter. "Isso reflete em Chicago e temos os fundos participando mais ativamente na ponta compradora, vivendo os melhores momentos da temporada", completa.
Ao mesmo tempo, de acordo com informações da agência Reuters, os grandes volumes de chuvas que foram registrados na Argentina nas últimas semanas poderiam reduzir a produtividade da soja. Os altos acumulados têm favorecido o surgimento de doenças, fato que acende uma luz amarela sobre a oferta argentina que chegará ao mercado. Depois de ter sofrido com uma intensa seca entre dezembro e janeiro, as chuvas agora geram um excesso de umidade em áreas de importância.
Nesta terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga mais um boletim de embarques semanais e a norte-americana Nopa (Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas) traz o volume de soja esmagada em janeiro. Segundo Motter, esses números também podem dar ainda mais estímulo positivos às cotações ao confirmarem a força da demanda, inclusive interna, pelo produto dos EUA.
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