Soja: mercado volta a subir em Chicago com foco na demanda
O mercado da soja voltou a subir na sessão regular desta segunda-feira (3) na Bolsa de Chicago depois de encerrar o pregão eletrônico com movimentos pouco expressivos. Os primeiros vencimentos, março e maio/14, subiam mais de 10 pontos por volta de 12h50 (horário de Brasília).
Os expressivos ganhos registrados pela oleaginosa nas primeiras posições refletem a força que a demanda ainda dá ao mercado. Falta soja nos Estados Unidos e as exportações e os embarques do produto norte-americano seguem bastante acelerados.
Segundo Vlamir Brandalizze, porém, o mercado ainda não reflete os problemas climáticos pelos quais estão passando países produtores da América do Sul. No Brasil e na Argentina, principalmente, as lavouras vêm sofrendo com as temperaturas muito altas e a falta de chuvas bem na época de sua fase de enchimento de grãos.
"Nas principais regiões produtoras brasileiras temos visto temperaturas acima das médias normais para esse período do ano, com chuvas dentro do mínimo necessário, sem sobras, e em alguns locais as chuvas estão abaixo do ideal", diz o consultor da Brandalizze Consulting.
"Os produtores afirmam que as lavouras mais tardias estão perdendo flores e algumas estão perdendo as primeiras vagens. E além de tudo, esse calor está promovendo uma passagem muito rápida pelo enchimento de grão e maturação, que tem resultado em grãos mais leves e menores, porque as plantas estão secando rapidamente, com indicativos de perdas de produtividade", completa o consultor.
Dessa forma, Brandalizze acredita que o Brasil deva colher cerca de 88 milhões de toneladas de soja, volume menor do que as primeiras estimativas de consultorias de mais de 90 milhões. Porém, no exterior, os grandes investidores continuam apostando nos números mais altos.
Na Argentina, também por conta do clima desfavorável, a produção vem sendo comprometida, com as lavouras apresentando poucas flores, poucas vagens e com uma indicação de perda de produtividade. Isso já tem feito com que os números sobre a produção argentina sejam divergentes. Enquanto o governo aponta para 54,5 milhõs de toneladas, a Bolsa de Buenos Aires, que é mais realista, trabalha com 53 milhões de toneladas.
"Se olharmos a Argentina com 2,5 milhões de toneladas a menos do que a projeção do USDA e o Brasil com o mesmo volume abaixo das 90 milhões de toneladas, são 5 ou 6 milhões de toneladas a menos do que o mercado pode ter e esse fator Chicago ainda não está contabilizando", explica Brandalizze. Para o consultor, esse impacto só deverá ser visto quando o USDA refizer suas projeções para a América do Sul.
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