Soja busca direção e opera com intensa volatilidade na CBOT
Na sessão regular desta terça-feira (7), os negócios com a soja acontecem com volatilidade na Bolsa de Chicago e, por volta das 14h50 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa operavam em campo positivo, com ganhsos de pouco mais de 3 pontos. A posição maio/14, referência para a safra brasileira, era cotada a US$ 12,63 por bushel.
O mercado opera de lado, buscando uma direção à espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na sexta-feira e, assim, os investidores, como explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, "estão se defendo de alguma surpresa que o relatório possa trazer".
Apesar das expectativas de um aumento dos estoques dos EUA e também os mundiais que há no mercado, a forte demanda global por soja e a escassez de produto nos Estados Unidos também chama a atenção dos traders e o quadro limita as baixas nas cotações da oleaginosa.
"A China continua comprando de forma agressiva, de um lado pela necessidade de atender sua demanda interna, mas também porque o escoamento dessa safra brasileira recorde ser uma incógnita para eles", explicou Steve Cachia, analista de mercado da Cerealpar.
O USDA anunciou a venda de 350 mil toneladas de soja para a China. A entrega será feita na temporada 2013/14.
Além disso, ainda de acordo com Cachia, com o passar dos dias e as vendas dos EUA mantendo seu ritmo acelerado, o país deverá se ver obrigado a racionar o produto, o que terá de ser feito, portanto, através de preços mais altos. "Hoje, o mercado da soja é o mais forte e firme entre as commodities agrícolas", diz o analista.
Para Fernandes, os estoques mundias até poderiam ser revisados para cima pois ainda faltam definições concretas sobre a safra sulamericana, porém, não acredita que possa haver um incremento nas reservas norte-americanas. "Houve perda de produtividade, não foi uma safra cheia a dos Estados Unidos", explicou.
O consultor diz ainda que, apesar disso, o USDA pode surpreender e trazer números como esses. Entretanto, discorda de um analista internacional que afirma que, com esse aumento, os estoques poderiam chegar a níveis confortáveis para atender com tranquilidade a intensa e contínua demanda mundial e, nesse momento, principalmente, pela soja dos Estados Unidos.
Além disso, Fernandes afirma ainda que a safra brasileira será uma safra robusta, porém, não será tranquila. "Já tivemos problemas com a falta de chuvas em estados como Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná e podemos ter mais problemas mais adiante". A Aprosoja Mato Grosso do Sul estima que, em função da estiagem, a produção de soja do estado registre uma quebra de 10% esse ano. Além disso, em outros importantes estados produtores há chuvas irregulares e pouco volumosas.
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