Soja avança com expectativa de redução da safra dos EUA
Os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (11). Por volta das 8h30 (horário de Brasília), as principais posições subiam entre 4,75 e 6 pontos. Apenas o contrato setembro/13, o mais negociado nesse momento, tentava se manter próximo da estabilidade e recuava 0,75 ponto, valendo US$ 14,03/bushel.
Segundo analistas, essa movimentação pouco expressiva do mercado ainda se dá com a espera pelo novo reporte de oferta e demanda desta quinta-feira (12) do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Uma pesquisa feita pela agência internacional Bloomberg aponta para um projeção para a nova safra de soja do país em 85,13 milhões de toneladas, volume 3,7% menor do que o divulgado há um mês.
Além disso, o clima adverso no Meio-Oeste americano também continua no foco do mercado internacional. Nos últimos 30 dias, os estados de Iowa e Illinois, os maiores produtores de grãos, tiveram chuvas de menos de 5% do normal, de acordo com a Serviço Nacional de Clima dos EUA. Os próximos 10 dias, segundo as previsões climáticas, também não mostram chuvas em volume suficiente para reverter o prejuízo causado pela seca.
"Isso irá limitar a recuperação dos já muito apertados estoques de soja dos Estados Unidos e irá limitar também, portanto, um declínio nos preços da soja nos próximos meses", divulgou o banco Goldman Sachs em um relatório.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Mercado aguarda USDA e soja fecha próxima da estabilidade na CBOT
A soja fechou a sessão regular desta terça-feira (10) próxima da estabilidade, com o mercado tentanto definir uma direção e um posicionamento antes da divulgação do relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta quinta-feira (12). Paralelamente, as incertezas climáticas no Meio-Oeste americano também trouxeram volatilidade aos negócios.
"Estamos vivendo um momento de muita expectativa e sensibilidade do mercado a fatores climáticos e às dúvidas sobre quebra na safra americana é o que faz o mercado ser jogado de um lado para o outro", explica o economista Camillo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais.
Frente a isso, a sessão desta terça foi marcada por uma "tensão pré-relatório", o que fez com que, ao final dos negócios, as principais posições da soja terminassem o dia com perdas de menos de 1 ponto, após um pregão de bastante volatilidade.
Assim, o mercado espera com muita ansiedade por esses números que serão divulgados pelo departamento norte-americano. As expectativas são de que os números de produção e produtividade, bem como os de estoques finais de soja, venham menores do que os reportados no boletim de agosto, uma vez que a falta de chuvas no Corn Belt, a qual já se estende por mais de um mês, vem castigando duramente as lavouras e reduzindo seus rendimentos.
Ao mesmo tempo, a proximidade da colheita também exerce uma pressão sazonal sobre as cotações à medida que crescem as expectativas sobre a entrada de um novo produto no mercado. "Há alguns ajustes de posições à espera desse relatório do USDA, mas principalmente o mercado sente a pressão sazonal da colheita, com a chegada de novo produto", diz Steve Cachia, analista da Cerealpar.
Mercado Brasileiro - No mercado interno, os preços sentem o recuo das cotações em Chicago, porém, o impacyo não é tão severo. A disponibilidade de produto já não é tão grande e a demanda segue aquecida, o que oferece alguma sustentação aos valores.
"O produtor tem se retraído bastante e algumas multinacionais, exportadores e até importadores e indústria que precisam de um abastecimento no curto prazo estão mantendo os preços relativamente altos", afirma Motter. "Ainda há muita dúvida climática no Meio-Oeste americano, as perdas já são concretas, esses dados do USDA serão muito importantes para o redirecionamento para os preços, mas acho que ainda teremos bons momentos pela frente em razão da quebra da safra norte-americana, com chuvas muito esparsas nos últimos dias, principalmente em Iowa, Illinois e Minnesota", completa.
Milho - Na contramão da soja, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago encerraram a terça-feira em campo misto. Segundo analistas, o mercado tentou se recuperar depois das baixas de ontem, também tentanto encontrar um posicionamento melhor antes do reporte dos novos números do USDA.
Assim como para a soja, a expectativa dos analistas é de que as estimativas para a produção do cereal sejam revistas e reduzidas em função da estiagem, mesmo que os danos para a cultura tenham sido mais amenos do que os registrados pela soja. No entanto, ainda se espera uma produção recorde nos EUA.
4 comentários
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Liones Severo Porto Alegre - RS
Caro Vilson Ambrozi, concordo em gênero e numero no seu comentário sobre a situação de seca no final ciclo da soja, mas se o USDA decidir confessar as quebras em pinga-gotas, estarão expostos uma crise de escassez maior do que já enfrentaram este ano. Há pouco postei no meu site: ´´ Da safra nova de soja norte-americana, as vendas para a exportação já atingem cerca de 21 milhões de toneladas, das quais cerca de 18 milhões de tons destinadas à China. A considerar que durante todo este ano (safra 2012/13) os chineses compraram o total de 21.8 milhões de tons de soja dos Estados Unidos e se considerarmos que a safra de soja norte-americana será um pouco superior aos 83 milhões de toneladas colhidas em 2012/13, o comprometimento dos excedentes exportáveis de soja americana atinge níveis recordes, incapaz de suprir ano agrícola americano vai até de 31 de agosto de 2014``.
Vilson Ambrozi Chapadinha - MA
A poucos dias postei aqui,que se rezassem muito e estivessem de bem com São Pedro ,os nossos colegas dos EUA ,plantadores de soja ,teriam uma safra semelhante a do ano passado(83,5 milhões de ton),com certeza pediram chuvas,porém,, as que vieram só deu para que as fendas dos solos arg se fechassem.Quem conhece o que é 5 semanas sem chuvas no enchimento, sabe o quanto não vão produzir,os que estão nesta situação.Vejam:No cinturão ,Aiowa,Indiana ,norte do Missori,Oaio,Minessota,Dacotas, .O agos de 2003 foi o quarto menor indice pluviom da história e a produt.nacional de soja foi de 33,6 buchells por acre,em 2008 foi o quinto menor e a prod foi de 39,6.O agosto deste ano que está acompanhado de setembro tbem sem chuvas foi o pior de sempre no corn belt,não choveu 10% do normal.Na opinião de especialistas o USDA vai notificar as perdas em conta gotas até jan,só então saberemos o quanto colheram,até lá esperam por boas notícias da América do Sul.Hoje ,porém, olhando para previsões no ACCUWHETHER.COM para cidades do mt e centro sul,chuva para set e outubro, muito pouca.
Liones Severo Porto Alegre - RS
Soja: estabilidade nos preços acusa consenso que o preço da soja é us$ 13.50 por bushel, independente do tamanho da safra norte-americana. Nunca desisti que meu padrão histórico alcançaria este preço, mas como dizia Jesus Cristo ´um profeta não tem honra na sua pátria`, ou santo de casa não faz milagre. Obrigado à aqueles que acreditaram.
Liones Severo Porto Alegre - RS
Goldman Sachs: até que enfim eles voltaram à realidade que os preços para a soja estão muito limitados na queda, depois de perderem os tubos, nos últimos 2 anos, apostando num mercado de us$ 10,00 por bushel. Neste caso, são aliados importantes para estabilidade dos preços no lado alto do padrão.