Blog Questão Indígena: Dois idosos ficam feridos em mais uma retirada da Suiá-Missu (Marãiwatsédé)
Um casal de idosos teve que ser retirados as pressas numa ambulância durante mais uma desocupação forçada da antiga Fazenda Suiá-Missu, demarcada pela Funai como Terra Indígena Marãiwatsédé. Lourival Peres de Souza, 77, e Divina Oliveira, 66, deram entrada na unidade de atendimento medico de Alto Boa Vista, cidade mais próxima do local. Os idosos foram retirados a força por policias ao tentarem resistir a mais uma expulsão de agricultores que ocupam o antigo Posto da Mata.
Policiais federais e rodoviários federais estão na antiga gleba Suiá Missú desde as primeiras horas de ontem, 27. A expulsão dos agricultores foi determinada pelo juiz federal Ilan Presser e começou a ser cumprida ontem, quinta-feira. A maioria dos agricultores que ocuparam novamente o local já haviam sido retirados até o início da noite.
Operação foi coordenada pessoalmente por Nilton Tubino
O clima no local ficou tenso. Os policiais usaram bombas de gás lacrimogênio para afastar os que insistiam em permanecer no área.
Enquanto eram cumpridas as notificações para a retirada, máquinas derrubavam as construções que ainda permaneciam em pé no antigo distrito de Estrela do Araguaia, entre elas casas, prédios e o antigo posto de combustível que deu nome ao vilarejo que já teve mais de três mil habitantes.
Durante todo o trabalho de desocupação a imprensa foi proibida de trabalhar no local. Não há imagens. Cerca de 200 famílias haviam retornado para a área demarcada depois de terem sido expulsas no início do ano passado. A maioria delas reclama que não tem para onde ir. Parte das pessoas retiradas do local foi encaminhada novamente para o ginásio de esportes de Alto Boa Vista.
Em entrevista ao pessoal do Agência da Notícia, o prefeito de Alto Boa Vista lamentou a operação. “É uma lastima, os ex- moradores foram retirados novamente como aconteceu na primeira vez. O Governo não cumpriu com nada do que prometeu, não deu terra, não deu condições de se começar uma nova vida e novamente as pessoas foram retiradas sem nenhum plano traçado. Tiram de lá pra colocar aonde? disse Leuzipe
"Os Índios estão presos ao discurso das ONGs”, diz antropólogo
Ao comentar o recente conflito na Terra Indígena Tenharim e na cidade de Humaitá, no sul do Amazonas, o antropólogo Mércio Pereira Gomes criticou não apenas a política do governo para a questão indígena, mas também a ação das organizações não governamentais (ONGs). Mércio foi presidente da Funai no governo do presidente Lula, entre 2003 e 2007.
Em seu blog na internet, Mércio denuncia que o processo de construção e proteção dos direitos dos índios com "ajuda de muitíssimos brasileiros, e a ajuda da comunidade de antropólogos, jornalistas e advogados, de Ongs e do Cimi e até de políticos de boa fé", desandou. Embora o Brasil posse se orgulhar de demarcar quase 13% de seu território para os povos indígenas, "um radicalismo infantil e pernicioso, levado adiante pelas mesmas Ongs que antes ajudaram a Funai, levou a situação a um ponto de conflito que poucos acreditam que possa ser revertido a curto prazo", escreveu Mercio Gomes.
"Os índios estão presos no discurso das Ongs. Uma parte dos índios, mas a parte que adquiriu voz e presença política. Os demais foram excluídos do processo e olham pasmos o que está acontecendo com seus jovens e o que pode vir de mal para seus povos." Para Mécio Gomes, a "Funai patina, sem rumo, refém de um governo sem qualidade indigenista e de Ongs amalucadas, ambiciosas e desrespeitosas de tradição indígena".
Ao avaliar as perspectivas para o próximo ano, desenhou um cenário ainda pior: “2014 será ano de eleição presidencial, de reforço de forças políticas reacionárias ao nosso processo histórico. As sementes dos conflitos crescerão.”
Algumas vezes é preciso chegar ao fundo do posso para provocar a mudança. Nós do #Qi estamos alertando desde o início das publicações. É precido proteger os índios desse "discurso das ONGs" e desse "radicalismo infantil e pernicioso".
Não viemos ao mundo para retirar direitos dos índios. Viemos ao mundo para retirar o direito da ideologia antropológica gigolarem os índios. Seria muito bom se todos nós pudéssemos unir forças.
Índios Tenharim acusados de triplo assassinato e ocultação de cadáver podem ser soltos
Os cinco índios tenharim presos pelo assassinatos de Stef Pinheiro de Souza, 43, Luciano Ferreira Freire, 30, e Aldeney Ribeiro Salvador, 40, em dezembro de 2013, em Humaitá, no sul do Amazonas, podem ser soltos na próxima segunda-feira (30). A informação é do procurador Edmilson de Costa Barreiros Júnior, do 2º ofício do Ministério Público Federal (MPF), em Manaus, que está responsável pelo caso.
Na segunda-feira acaba o prazo para o MPF/AM concluir o inquérito e solicitar à Justiça Federal a conversão da prisão temporária em prisão preventiva. O procurador pode, simplesmente, pedir soltura dos índios.
Gilvan Tenharim, Gilson Tenharim, Domiceno Tenharim, Valdinar Tenharim e Simeão Tenharim estão presos desde o dia 30 de janeiro no Centro de Ressocialização do Vale do Guaporé, em Porto Velho (RO). No dia 27 de fevereiro, os índios tiveram a prisão temporária prorrogada por mais 30 dias. Após a conclusão do inquérito, o delegado Alexandre Alves da Polícia Federal de Rondônia solicitou que os mesmos ficassem detidos em prisão preventiva.
O procurador do MPF, Edmilson Barreiros não quis adiantar o pedido de soltura dos índios. “Encontramos erros em algumas diligências no inquérito enviado pela Polícia Federal e o enviamos de volta para correção. Só teremos alguma resposta sobre prisão ou soltura até segunda-feira”, informou Barreiros.
Os corpos dos três homens foram encontrados no dia 3 de fevereiro dentro da terra indígena Tenharim-Marmelos, no município de Humaitá. Os homens estavam desaparecidos desde o dia 16 de dezembro quando viajavam de carro pela rodovia Transamazônica. Na ocasião, os cadáveres foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Porto Velho, sendo enterrados nas cidades onde vivem os parentes.
Os três corpos foram encontrados em uma única vala com quase três metros de profundidade e possuíam características de execução por arma de fogo.
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