Mato Grosso deve abocanhar apenas R$ 1 bi do Plano de Safra

Publicado em 28/04/2010 08:17
Os R$ 100 bilhões confirmados pelo ministro da Agricultura, Wagner Rossi, no Plano de Safra 2010/2011 não empolgaram os produtores mato-grossenses.
O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, explicou que os créditos são liberados de acordo com o número de produtores e não de acordo com o tamanho da área, o que deixa Mato Grosso em desvantagem perante outras unidades federativas. “Recebemos cerca de 10% do que o Paraná e o Rio Grande do Sul recebem, por exemplo. Os créditos são liberados de acordo com o número de CPFs e não com a produção e a área cultivada”, explicou.

Segundo o ministro Rossi, parte do financiamento oferecido não foi tomado em decorrência do endividamento do produtor. O problema também acontece no Estado, visto que uma grande parcela está como rendimento comprometido com empréstimos para custeio de safras passadas.

Glauber Silveira disse que além do endividamento, a dificuldade de acesso impede a tomada de crédito pelos produtores. “Há cidades no interior em que o produtor não tem agência para recorrer ao crédito e nas cidades vizinhas os gerentes não fazem questão de facilitar o acesso do produtor. É contraditório, mas vemos que a superintendência do Banco do Brasil tem boa vontade, porém isso não é repassado para as localidades”, desabafa Glauber.

Na atual safra 2009/2010, os recursos para comercialização, que começaram a ser liberados agora, devem somar R$ 5,2 bilhões, valor que ainda pode crescer por meio de novos aportes orçamentários, ante R$ 5,1 bilhões da safra passada já com os recursos extras liberados.

Segundo o ministro, recursos já anunciados para apoio à comercialização de arroz, feijão e milho devem começar a ser repassados na próxima semana. “Devemos liberar ainda este mês operações para trigo e avaliamos outros produtos bem de perto, que ainda não precisam de apoio, como algodão e soja, pois estão acima do preço mínimo”, explicou Rossi.

No discurso de aberturada Agrishow Rossi fez duras críticas aos ambientalistas e chegou a defender o plantio de florestas exóticas como salvação das florestas naturais.

Rossi cobrou que o discurso sobre o meio ambiente seja transformado em prática agronômica. Disse ainda que quem pode defender o meio ambiente é quem vive nele, no caso, o agricultor, e completou: “não venham nos dar aulas de como preservar meio ambiente de dentro do salões da elite e dos shoppings centers de São Paulo, venham colocar o pé no barro”, finalizou o ministro.

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Fonte:
Expresso MT

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