Pesquisa Ibope mostra Serra com 36% e Dilma com 29%
Uma nova pesquisa Ibope encomendada pelo jornal Diário do Comércio aponta variação positiva de dois pontos porcentuais à favor do pré-candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, em relação à sua principal adversária, a petista Dilma Rousseff. O levantamento, feito entre os dias 13 e 18 de abril, mostra o tucano com 36% das intenções de voto, sete à frente da petista, que seria a escolhida por 29% do eleitorado. No ultimo levantamento, a diferença era de 5 pontos.
Em terceiro lugar estão empatados o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) e a senadora Marina Silva (PV-AC), com 8% das intenções de voto cada um. A porcentagem de votos em branco e nulos somou 10% e os que disseram não saber em quem votarão atingiram 9%.
Na simulação de um eventual segundo turno entre os pré-candidatos do PSDB e do PT, Serra lidera com 46% e Dilma tem 37%. A maior rejeição apontada pela pesquisa é de Ciro, com 48%, seguido de Marina, com 43%, Dilma, com 34%, e Serra, com 32%.
O último levantamento Ibope, divulgado em 17 de março e encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostrava o tucano com 35% das intenções, seguido pela pré-candidata do PT, com 30%. Ciro registrou 11% e Marina teve 6%. Naquela sondagem, o porcentual de votos em branco e nulos alcançou 10% e dos que disseram não saber em quem votar ou não quiseram responder somou 8%. De acordo com o "Diário do Comércio", os levantamentos encomendados pela CNI e pela ACSP usam a mesma base de apuração e, logo, podem ser comparados entre si.
No cenário sem Ciro, a pesquisa Ibope/Diário do Comércio aponta Serra com 40%, Dilma com 32%, Marina com 9%, branco e nulos 11% e não sabem ou não opinaram, 9%.
Continuidade - A pesquisa Ibope/Diário do Comércio mostra também crescimento na popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para 76% dos entrevistados, a gestão de Lula é ótima ou boa; para 18%, é regular, e 5% afirmaram ser ruim ou péssima. Na última edição do levantamento, 75% dos entrevistados avaliavam a gestão do presidente como ótima ou boa.
A mostra indagou ainda o que os eleitores gostariam que o próximo presidente fizesse. Do total de entrevistados, 35% querem a total continuidade da atual administração, 30% desejam pequenas mudanças com continuidade, 24% querem a manutenção de apenas alguns programas com muitas mudanças e 9% desejam a mudança total do governo do País.
Para 75% dos entrevistados, Lula é confiável, enquanto 21% disseram não confiar nele. A pesquisa, divulgada nesta quarta-feira, 21, pela página do jornal "Diário do Comércio" na internet, e que será publicada nesta quinta, 22, pela edição impressa, foi realizada com 2.002 eleitores em 141 municípios de todo o Brasil.
A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. Esta pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo 9070/2010.
PT cobra mudanças na campanha
Em reunião da Executiva Nacional do PT, dirigentes do partido expressaram ontem descontentamento com a coordenação da campanha de Dilma Rousseff. A portas fechadas, petistas cobraram mudanças na agenda da candidata e a apresentação de novas propostas, algo que vá além da comparação entre os governos Lula e Fernando Henrique.
Desde que deixou o governo, há 21 dias, Dilma foi a Minas, Ceará e Rio Grande do Sul. Nos dois primeiros Estados, ela cometeu tropeços verbais e provocou mal-estar na relação com aliados do PMDB e do PSB.
A cúpula do PT avaliou que Dilma ainda não conseguiu abandonar o discurso de ministra, recheado de explicações técnicas. A estratégia de comparar as gestões do PT e do PSDB também é considerada insuficiente, pois o eleitor mais jovem não tem lembrança do governo tucano.
Outro problema detectado foi em relação à agenda de Dilma, definida como "politicamente fraca". No diagnóstico de dirigentes petistas, o comando da campanha levou a candidata a situações embaraçosas, como no Ceará, reduto do deputado Ciro Gomes (PSB), que o PT quer ver fora do páreo presidencial.
Antes disso, em Minas, Dilma escorregou numa resposta e pareceu pregar uma parceria do PT com o governador Antonio Anastasia (PSDB), aliado do tucano Aécio Neves, que resultaria na chapa "Dilmasia".
A campanha é coordenada pelo presidente do PT, José Eduardo Dutra, candidato a deputado. "É uma avaliação equivocada dizer que a campanha da Dilma está limitada à comparação entre governos, mas eu não vou fazer comentários porque não houve resolução do partido", afirmou Dutra. "São debates internos da Executiva e opiniões pessoais."
Em conversas reservadas, as maiores críticas foram dirigidas ao ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. Amigo de Dilma, Pimentel é um dos principais integrantes do núcleo da campanha e tem despertado ciúmes na seara petista.
Secretários e parlamentares do partido julgam que Pimentel está mais interessado em vencer a prévia contra o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias (PT) para disputar o governo mineiro. É um problema e tanto porque o PMDB não abre mão da candidatura do senador Hélio Costa e exige que o PT apresente o vice para seu concorrente não ser "cristianizado". O mais cotado, nesse caso, é o deputado Virgílio Guimarães.
União de lideranças
Deputados de 11 partidos aliados cobraram de Dilma, em jantar com ela, na segunda-feira, participação das bancadas na campanha. A ex-ministra prometeu formar um "coletivo" de líderes.
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