Ibovespa opera estável com IPCA-15 compensando desempenho negativo de Vale
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha oscilação discreta nesta sexta-feira, com dados de inflação no Brasil dentro da expectativa do mercado contrabalançando o desempenho negativo das ações da Vale, de grande peso no índice, após divulgação de balanço trimestral da mineradora.
Por volta de 10h55, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 0,09%, a 134.510,83 pontos, tendo alcançado 134.252,5 pontos na mínima e 134.849,72 pontos na máxima até o momento. O volume financeiro somava R$3,5 bilhões. Apesar do desempenho neutro, o índice caminha para fechar a semana com alta acumulada de mais de 3%.
Dados desta sexta mostraram que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,43% em abril, após alta de 0,64% em março, ficando em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, o avanço do indicador chegou a 5,49%, de 5,26% em março, também dentro do esperado.
O índice permanece distante do teto da meta oficial do Banco Central de 3,0%.
Para a sócia e analista da Nord Investimentos Danielle Lopes, o IPCA-15 em linha tem compensado a performance mais negativa da Vale durante a sessão após o resultado da mineradora no primeiro trimestre, levando o índice a esse "zero a zero".
No exterior, as atenções seguem em torno das tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reiterou nesta sexta ter conversado com o presidente da China, Xi Jinping, acrescentando que fornecerá detalhes "no momento apropriado".
"Esse jogo de idas e vindas nas negociações comerciais, somado às incertezas sobre futuras ações do governo Trump, tem levado os investidores a adotarem uma postura de maior cautela", disse o estrategista de ações Raphael Figueredo, da XP.
Em Nova York, os principais índices acionários tinham quedas contidas, ainda contaminados pelas dúvidas relacionadas aos laços comercias entre os EUA e a China.
DESTAQUES
- VALE ON caía 2,22%, após informar na noite da véspera que seu lucro líquido caiu 17% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para US$1,4 bilhão, impactado por preços mais baixos do minério de ferro, que ofuscaram ganhos com maiores vendas e redução de custos. O desempenho também era endossado por queda nos futuros de minério de ferro na China, com o contrato de setembro mais ativo na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrando as negociações com declínio de 1,87%, a 709 iuanes (US$97,30) a tonelada, embora tenha assegurado na semana alta de 0,35%.
- PETROBRAS PN tinha variação negativa de 0,03% e PETROBRAS ON perdia 0,4%, seguindo a desvalorização dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do Brent, referência para a estatal, perdia 0,48%, a US$66,23. No setor, PRIO ON subia 1,27%, depois que a companhia informou na véspera que recebeu a anuência do Ibama para "workover" dos poços no campo de Tubarão Martelo, incluindo os poços TBMT-10H e TBMT-4H, que estavam parados devido à falha na Bomba Centrífuga Submersa.
- RAÍZEN PN desvalorizava-se 2,7%, na esteira da divulgação de seu relatório preliminar do quarto trimestre da safra 2024/2025. A empresa informou que moeu 700 mil toneladas de cana-de-açúcar no período, versus 13,8 milhões de toneladas no trimestre imediatamente anterior, enquanto sua produção de açúcar equivalente foi entre 84 mil e 88 mil toneladas e suas vendas de açúcar totalizaram 969 mil toneladas na safra 2024/2025.
- MULTIPLAN ON tinha decréscimo de 1,31%, depois que divulgou lucro líquido 12,4% menor no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, em R$234 milhões, e uma receita líquida praticamente estável no comparativo anual (+0,4%), em R$525,7 milhões. A empresa realiza às 11h teleconferência sobre o resultado. No setor de shopping centers, as operadoras ALLOS e IGUATEMI UNIT caíam 0,14% e 0,59%, respectivamente.
- MAGAZINE LUIZA ON mostrava variação negativa de 0,85%, após disparar mais de 10% na véspera. A varejista informou na noite de quinta-feira que acertou a captação de US$130 milhões com a International Finance Corporation (IFC), instituição financeira pertencente ao Banco Mundial, e deverá aplicar maior parte dos recursos em investimentos em tecnologia. Enquanto isso, o índice de consumo subia 0,23%.
- AZUL PN afundava 14,41%, depois de desabar quase 25% na véspera, tendo ainda no radar o resultado da sua oferta de ações, com a emissão de papéis que totalizaram R$1,66 bilhão, bem abaixo dos R$4,1 bilhões estimados na ocasião do anúncio.
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