Presidente do BC do Japão mantém promessa de alta de juros, mas alerta sobre tarifas
Por Leika Kihara
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Banco do Japão (BOJ), Kazuo Ueda, disse nesta quinta-feira que o banco central continuará a aumentar as taxas de juros se a inflação subjacente convergir para a meta de 2%, conforme projetado.
Mas ele afirmou que o banco central analisará o impacto de informações diversas, incluindo as potenciais consequências econômicas de tarifas mais altas dos EUA, sobre a probabilidade de se atingir de forma duradoura a meta de preços -- um pré-requisito para novos aumentos nas taxas de juros.
As tarifas afetam a economia por meio de vários canais, como o peso na atividade comercial, o esfriamento do sentimento empresarial e o aumento da volatilidade no mercado, disse Ueda.
Os comentários foram feitos em uma coletiva de imprensa após Ueda participar da reunião de líderes financeiros do G20, realizada durante encontros do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Washington.
"Depois de trocar opiniões com formuladores de políticas de outros países, senti que muitos deles tinham praticamente a mesma visão" sobre a maneira como as tarifas afetam suas economias, disse ele.
Ueda afirmou ainda que levará em consideração as conclusões de seu diálogo com formuladores de políticas globais ao elaborar a avaliação do BOJ sobre a economia do Japão e definir a política monetária.
"Continuaremos a aumentar as taxas de juros se a inflação subjacente convergir gradualmente para nossa meta de 2%, como projetamos", disse Ueda.
"Mas gostaríamos de analisar vários dados que chegam, sem preconceitos", ao definir a política monetária, acrescentou.
A fala de Ueda precede a reunião de política monetária do BOJ na próxima semana, quando o banco central deverá manter as taxas de juros estáveis em 0,5% e reduzir suas previsões de crescimento.
O BOJ, que no ano passado encerrou um programa de estímulo massivo de uma década, aumentou sua taxa de juros de curto prazo para 0,5% em janeiro, acreditando que a economia estava prestes a atingir de forma sustentável a meta de inflação de 2%.
Embora Ueda tenha sinalizado a prontidão do BOJ em continuar aumentando as taxas, as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, complicaram a decisão sobre quando e até que ponto o aumento pode ser feito.
É provável que o Banco do Japão adie o momento de novos aumentos de juros, já que a incerteza desencadeada pelas tarifas dos EUA exacerbou os riscos de queda no crescimento e na inflação, disse um alto funcionário do FMI na quarta-feira.
Em seu Panorama Econômico Mundial, o FMI disse que espera que a economia do Japão cresça 0,6% em 2025, meio ponto percentual abaixo de sua previsão anterior, de janeiro, devido em grande parte ao impacto das tarifas norte-americanas.
(Reportagem de Leika Kihara)
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