Ibovespa avança com melhora externa; Minerva recua
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta terça-feira, acompanhando a melhora nos mercados acionários no exterior após fortes perdas nos últimos dias, enquanto investidores continuam ajustando suas posições ao novo ambiente comercial no mundo desencadeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O noticiário corporativo doméstico também repercutia nos negócios, com Minerva recuando mais de 4% após divulgar proposta de aumento de capital com forte desconto no preço da ação, enquanto Brava Energia valorizava-se cerca de 5% tendo também no radar dados de produção de março.
Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,9%, a 126.722,91 pontos, após três quedas seguidas, período em que acumulou um declínio de mais de 4%, tendo renovado mínimas em cerca de três semanas na véspera. O volume financeiro no pregão somava R$4,73 bilhões.
Em Wall Street, após quedas expressivas das ações que eliminaram trilhões de dólares desde a semana passada, o S&P 500 avançava 3,4%, com os investidores aguardando qualquer sinal de abertura dos EUA para negociações sobre as tarifas. Bolsas na Europa e mercados na Ásia também melhoraram.
"Após as oscilações vertiginosas das duas últimas sessões, diante dos temores relacionados à nova política comercial americana, os investidores parecem buscar oportunidades pontuais em meio às baixas generalizadas", afirmou a equipe da Ágora Investimento, em relatório a clientes nesta terça-feira.
"Em meio a rumores, fake news e notícias desencontradas, todos parecem procurar algum norte para definir a sua estratégia nesse novo ambiente de negócios", acrescentou, avaliando que assim como no exterior, as quedas recentes deveriam abrir espaços para correções de possíveis exageros na B3 também.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN subia 0,69%, favorecida pela trégua na sequência de quedas do petróleo no exterior, onde o Brent mostrava acréscimo de 0,25%. A presidente da estatal também afirmou na véspera que a companhia não deve alterar preços de combustíveis em cenário turbulento. Uma fonte disse à Reuters que o ministro de Minas e Energia teria pedido para a CEO para que a Petrobras analisasse um novo corte no valor médio do diesel, diante do recuo acentuado e recente do preço do barril do petróleo no mercado internacional.
- BRAVA ENERGIA ON avançava 4,96%, após divulgados dados preliminares de março mostrando uma produção total bruta de 71.757 boe/d, encerrando o primeiro trimestre com 71.057 boe/d. A performance da ação ainda era endossada pela alta do petróleo no exterior. Ainda no setor, PETRORECONCAVO ON valorizava-se 2%, tendo também no radar dados de março mostrando produção média de 27.715 mil boe/d. Ainda, PRIO ON registrava elevação também de 2%.
- MINERVA ON recuava 4,19% na esteira de proposta aprovada pelo conselho de administração para aumento de capital no montante de até R$2 bilhões, que será votada em assembleia geral extraordinária a ser realizada em 29 de abril. Sob os termos da proposta, o aumento de capital de até R$2 bilhões contará com a subscrição particular de até 386,8 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$5,17 cada -- um desconto de quase 20% em relação ao fechamento da segunda-feira. O aumento de capital prevê ainda bônus de subscrição.
- ITAÚ UNIBANCO PN era negociada em alta de 0,77%, acompanhando a recuperação na bolsa paulista. No setor, BRADESCO PN tinha variação positiva de 0,16%, BANCO DO BRASIL ON avançava 0,4% e SANTANDER BRASIL UNIT mostrava acréscimo de 0,08%. BTG PACTUAL UNIT subia 1,75%.
- VALE ON cedia 0,27%, com os contratos futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira na China, em meio às tensões comerciais entre EUA e China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 3,15%, terminando em 738,5 iuanes (US$100,73) a tonelada. No início da sessão, os preços atingiram 735,5 iuanes, o menor valor desde 19 de novembro de 2024.
- MAGAZINE LUIZA ON caía 3,75%, tendo como pano de fundo relatório do Citi cortando a recomendação das ações para "venda/alto risco" e reduzindo o preço-alvo de R$8 para R$7,70. Na visão dos analistas, que afirmam estar ainda cauteloso com o cenário macroeconômico do país, antecipar um ciclo de demanda positiva parece excessivamente otimista neste momento. Eles também citaram competição acirrada no setor. Na véspera, o Mercado Livre anunciou investimento de R$34 bilhões no Brasil em 2025. Em Nova York, MERCADO LIBRE subia 6,61%.
- RANDONCORP PN, que não faz parte do Ibovespa, avançava 5,89%, após anunciar acordo com a gestora de ativos Pátria Investimentos nas frentes de consórcios e seguros que contará com o aporte de até R$320 milhões do Pátria. O contrato prevê a constituição de uma empresa controladora das operações de consórcios e seguros, na qual fundos do Pátria poderão deter até 20% de participação no capital e a Randoncorp seguirá com fatia restante de ao menos 80%.
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