Assessores de Trump avaliam tarifa de 20% em meio a nervosismo global com guerra comercial
Por Nandita Bose e Susan Heavey
WASHINGTON (Reuters) - Assessores da Casa Branca esboçaram planos para tarifas de 20% sobre a maioria das importações dos Estados Unidos, informou o Washington Post nesta terça-feira, conforme o presidente dos EUA, Donald Trump, se prepara para anunciar novas barreiras comerciais.
Há semanas Trump marcou no calendário o dia 2 de abril como "Dia da Liberação" para impor uma série de novas tarifas que podem afetar o sistema comercial global, mas deu poucos detalhes.
Ele disse no domingo que as tarifas recíprocas terão como alvo todos os países que adotam taxas sobre os produtos dos EUA, e a Casa Branca afirmou na segunda-feira que qualquer país que tenha tratado os norte-americanos injustamente deve esperar receber uma tarifa. Trump também afirma que uma tarifa de 25% sobre importações de automóveis entrará em vigor em 3 de abril.
Trump anunciará seu plano tarifário em um evento no Rose Garden na quarta-feira.
De acordo com o Washington Post, os assessores estão considerando um plano que aumentaria as tarifas sobre produtos em cerca de 20% de quase todos os países, em vez de abordagens mais específicas que também foram consideradas. O governo prevê que as novas tarifas poderiam aumentar em mais de US$6 trilhões a receita que pode ser levada aos norte-americanos como um reembolso, informou o jornal.
Um assessor da Casa Branca disse que qualquer notícia antes do evento de amanhã é "mera especulação".
O presidente republicano já impôs tarifas sobre as importações de alumínio e aço e aumentou as taxas sobre todos os produtos da China, aumentando as tensões com os maiores parceiros comerciais do país. O Canadá prometeu responder com suas próprias tarifas, enquanto a União Europeia e outros países também ameaçaram com contramedidas.
Trump argumenta que os trabalhadores e fabricantes norte-americanos foram prejudicados nas últimas décadas por acordos de livre comércio que reduziram as barreiras ao comércio global e alimentaram o crescimento de um mercado norte-americano de US$3 trilhões para produtos importados.
A explosão das importações veio com o que Trump vê como uma desvantagem gritante: um comércio fortemente desequilibrado entre os EUA e o mundo, com um déficit comercial de mercadorias que ultrapassa US$1,2 trilhão.
Economistas alertam que sua solução - tarifas pesadas - aumentará os preços no país e no exterior e prejudicará a economia global.
Já estão surgindo sinais de que a economia dos EUA está perdendo o ímpeto devido, em parte, à incerteza promovida pela abordagem caótica de Trump na formulação de políticas econômicas.
Uma série de pesquisas com empresas e famílias mostrou queda na confiança nas perspectivas econômicas, citando preocupações de que as tarifas de Trump levem ao ressurgimento da inflação.
(Reportagem de Nandita Bose e Susan Heavey em Washington e Dan Burns em Nova York; reportagem adicional de Gursimran Kaur em Bengaluru)
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