Secretária de comércio exterior do Brasil alerta para risco de comércio global ser usado como "arma"

Publicado em 28/03/2025 07:57 e atualizado em 28/03/2025 08:45

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Por Marc Jones

LONDRES (Reuters) - A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil alertou nesta quinta-feira, após o anúncio das tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre automóveis que o comércio global corre o risco de ser "transformado em arma" e que as tensões da Organização Mundial do Comércio provavelmente piorarão antes de melhorar.

"Não precisávamos acordar com o que foi anunciado ontem à noite", disse Tatiana Prazeres sobre a decisão de Trump de impor uma tarifa de 25% sobre carros, caminhões e peças importados pelos Estados Unidos.

Prazeres, que estava falando por meio de um link de vídeo em uma conferência sobre comércio global no think tank Chatham House, em Londres, também criticou a abordagem cada vez mais agressiva que está sendo adotada por países como os EUA.

"O que vemos hoje é que o comércio está sendo usado como uma ferramenta de poder, portanto, há um grande risco de que o comércio se torne cada vez mais uma arma", acrescentou. "Não sabemos aonde isso vai nos levar."

Por sua vez, o Brasil continua comprometido tanto com o multilateralismo quanto com a OMC, disse ela.

"Não creio que neste momento tenhamos a oportunidade de promover grandes mudanças", disse Prazeres, referindo-se ao sistema de comércio global. "Acho que pode piorar antes de melhorar".

Ela também disse que o Brasil está procurando construir novas "coalizões" comerciais e "defender nossas relações comerciais baseadas em regras com países que estejam dispostos a fazê-lo".

"Estamos buscando expandir nossa rede de acordos comerciais", disse ela, destacando como exemplo o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

"Estamos dispostos a promover regras baseadas no comércio, estamos dispostos a buscar previsibilidade e estabilidade."

(Reportagem de Marc Jones)

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Fonte:
Reuters

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