Gigantes alimentícias dos EUA buscam isenção em algumas tarifas de importação, diz grupo comercial
Por Jessica DiNapoli
NOVA YORK (Reuters) - Grandes fabricantes de alimentos embalados solicitaram ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, isenções específicas de tarifas de importação sobre produtos como o cacau e frutas, de acordo com uma carta vista pela Reuters.
PepsiCo, Conagra e J.M. Smucker, estão pedindo que Trump isente ingredientes não disponíveis em fontes dos EUA para proteger fabricantes que, de outra forma, compram de agricultores e fornecedores nacionais, de acordo com a carta enviada na segunda-feira por um grupo comercial de produtos de consumo que representa as empresas, a Consumer Brands Association.
Café, aveia, cacau, especiarias, frutas tropicais e aço estanhado, usado em alimentos especiais e utensílios domésticos, estão entre as importações listadas como indisponíveis internamente na carta.
"Acreditamos que a remoção direcionada e cuidadosamente calibrada desses ingredientes e insumos das tarifas é apropriada para melhor proteger os fabricantes dos EUA e apoiar os esforços (de Trump) para reduzir a inflação ao consumidor", diz a carta.
A PepsiCo e a Smucker, que têm executivos no comitê executivo da Consumer Brands Association, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Um porta-voz da Conagra, cujo presidente-executivo, Sean Connolly, também faz parte do comitê executivo do grupo do setor, disse que a empresa, fabricante do chocolate quente Swiss Miss, continua avaliando sua oferta à luz de possíveis mudanças nas políticas.
A nova rodada de tarifas de Trump sobre produtos da China, Canadá e México chega em um momento delicado para o setor de alimentos embalados e produtos de consumo dos EUA. Os fabricantes temem ter que repassar os novos custos aos consumidores, que já estão comprando menos depois de uma inflação de dois dígitos nos últimos anos.
Tom Madrecki, vice-presidente de campanhas e projetos especiais da Consumer Brands Association, disse que a carta visa iniciar um diálogo com o governo Trump sobre isenções.
Empresas norte-americanas como a Colgate Palmolive e a Edgewell estão expostas às tarifas.
A Colgate está buscando maneiras de reduzir o impacto das tarifas, mas não espera conseguir mitigá-las completamente, disse o diretor de relações com investidores da empresa, John Faucher, nesta quarta-feira, em uma conferência do setor.
A Procter & Gamble também disse que talvez tenha que aumentar os preços para lidar com uma iminente guerra comercial.
(Reportagem de Jessica DiNapoli em Nova York; reportagem adicional de Ananya Mariam Rajesh em Bengaluru)
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