Setor de serviços do Brasil cresce mais que o esperado em outubro e tem novo pico histórico
Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier
SÃO PAULO (Reuters) - O volume de serviços no Brasil cresceu mais do que o esperado em outubro com impulso de transportes, iniciando o último trimestre do ano com renovação do ponto mais alto da série histórica.
A alta do volume de serviços foi de 1,1% sobre setembro, na série com ajuste sazonal, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quarta-feira. O resultado ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,7% no mês.
Já na comparação com outubro do ano passado, o volume aumentou 6,3%, contra projeção de alta de 5,8%.
"O setor de serviços renova em outubro o ápice da série, bem como o setor de serviços turísticos. E transporte aéreo está perto do pico da série. É um bom momento do setor de serviços", disse Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa no IBGE.
Os serviços vêm impulsionando a atividade econômica brasileira neste ano favorecido pelo mercado de trabalho positivo e pelo aumento da renda, contribuindo positivamente para a expansão do PIB.
No entanto, o aquecimento do setor levanta cautela em relação à inflação, em meio ao ciclo de aperto da política monetário pelo Banco Central.
Depois de elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual em novembro, levando a Selic a 11,25%, o BC anuncia nesta quarta sua nova decisão de política monetária, com expectativa de nova intensificação do ritmo de alta.
A alta do volume de serviços em outubro foi influenciada principalmente pelo crescimento de 4,1% em transportes sobre setembro, com taxas positivas em seus quatro modais: terrestre (1,6%); aquaviário (0,7%); aéreo (27,1%) e armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correio (2,6%).
"O transporte aéreo exerceu o principal impacto positivo no mês em função da queda observada nos preços das passagens aéreas", disse Lobo.
"O aumento da exportação de bens como carne e café puxa a receita de portos, além de transporte rodoviário e ferroviário de cargas", completou.
O IBGE destacou ainda o avanço de 1,6% em serviços profissionais, administrativos e complementares. Mas as outras três atividades mostraram retração: informação e comunicação (-1,0%); outros serviços (-1,4%) e serviços prestados às famílias (-0,1%).
Já o volume das atividades turísticas no país cresceu 4,7% na comparação com setembro, e o segmento também marcou novo recorde, superando em 4,4% o mês de junho de 2024, antigo ápice.
"A forte alta das atividades turísticas no mês de outubro está correlacionada ao aumento das receitas provenientes do transporte aéreo e de restaurantes", disse Lobo.
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