Dólar oscila pouco com mercado à espera de inflação dos EUA e decisão do Copom

Publicado em 11/12/2024 09:49 e atualizado em 11/12/2024 10:21

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Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar oscilava pouco frente ao real nesta quarta-feira, mantendo-se em torno dos 6,06 reais, à medida que o mercado se posiciona para a divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos pela manhã e para o anúncio da decisão de juros do Copom após o fim da sessão.

Às 9h38, o dólar à vista subia 0,21%, a 6,0605 reais na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,10%, a 6,063 reais na venda.

Os investidores pareciam não querer assumir posições mais robustas no mercado de câmbio enquanto aguardam os dois eventos econômicos mais importantes desta semana.

No cenário externo, as atenções estão voltadas para a publicação do relatório de inflação ao consumidor dos EUA para novembro às 10h30 (horário de Brasília), que podem influenciar a decisão de política monetária do Federal Reserve na próxima semana.

Operadores estão quase certos de que o Fed cortará a taxa de juros em 25 pontos-base em 18 dezembro, mas um número acima do esperado para a alta dos preços pode levar as autoridades a anteciparem uma pausa no ciclo de afrouxamento, atualmente prevista para janeiro.

Economistas consultados pela Reuters projetam um avanço de 0,3% na base mensal tanto para o número geral quanto para o núcleo da inflação, com um ganho anual de 2,7% e 3,3%, respectivamente.

"O que o mercado vai se apegar hoje na questão da precificação é o CPI (índice de inflação ao consumidor dos EUA). É o último índice macroeconômico importante antes da decisão de juros", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Os mercados globais também seguem de olho em qualquer anúncio do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, cujas promessas de campanha, incluindo tarifas, são consideradas inflacionárias por analistas, o que também pode manter os juros elevados no próximo ano.

O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,29%, a 106,660.

Na cena nacional, o foco do mercado é a última decisão de juros do Copom no ano, que será anunciada após o fechamento da sessão.

A aceleração do ritmo de aperto monetário pelos membros da autarquia, após a alta de 0,5 ponto percentual em novembro, está completamente precificada pelo mercado, com operadores se dividindo entre um aumento de 0,75 e 1 ponto percentual da Selic, atualmente em 11,25% ao ano.

As apostas estão colocando 69% de chance do movimento maior no momento. Na reunião anterior do Copom, em novembro, a taxa foi elevada em 0,50 ponto.

Agentes financeiros vêm elevando as projeções sobre o ritmo de aperto devido aos sinais recentes de desancoragem das expectativas de inflação, além de dados que têm mostrado uma atividade econômica superaquecida no Brasil.

"É inevitável um aumento da nossa taxa. A questão é saber o quanto", disse Avallone.

Na véspera, números do IBGE mostraram que o IPCA desacelerou na base mensal em novembro, mas o ganho anual superou o teto da meta de inflação -- com centro de 3% e uma margem de tolerância de 1,5 percentual para cima ou para baixo -- pelo segundo mês consecutivo.

Também segue no radar a tramitação das medidas de contenção de gastos do governo no Congresso, com o Executivo empenhado em aprová-las ainda neste ano.

O governo publicou na terça uma portaria detalhando procedimentos e prazos para a liberação de emendas parlamentares, instrumento no centro do mal-estar entre o Executivo e o Legislativo.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que vai trabalhar por um consenso para que as medidas do pacote fiscal possam ser votadas ainda nesta semana.

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Fonte:
Reuters

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