Dólar recua ante o real com ajuste em emergentes após semana de perdas
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, em linha com as quedas em mercados emergentes, à medida que as moedas de maior risco recuperavam partes de suas perdas ao fim de uma semana marcada pela força da divisa norte-americana, impulsionada por notícias nos Estados Unidos e na China.
Às 9h34, o dólar à vista caía 0,3%, a 5,5683 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,18%, a 5,588 reais na venda.
Na semana, a moeda norte-americana acumula alta de 2,05% ante o real.
Nesta sessão, o real acompanhava seus pares emergentes em um movimento de ajuste, depois que ativos mais arriscados sofreram grandes perdas ao longo da semana conforme investidores se reposicionavam diante das mudanças de perspectivas nas duas maiores economias do mundo.
Nos EUA, o dólar se fortaleceu nas últimas sessões diante da reavaliação das expectativas em relação ao ciclo de afrouxamento monetário no Federal Reserve, com dados de emprego fortes e números de inflação acima do esperado consolidando apostas de cortes graduais na taxa de juros do principal banco central do planeta.
Operadores colocam 85% de chance de um corte de 25 pontos-base nos juros pelo Fed em setembro, desfazendo expectativas de um movimento maior, o que elevou os rendimentos dos Treasuries nesta semana -- elemento favorável ao dólar.
Em relação à China, investidores foram perdendo o otimismo nas últimas sessões com os planos de estímulo econômico de Pequim, à medida que a economia do país asiático desacelera em meio a uma demanda interna fraca.
O mal estar em relação à China prejudicou principalmente moedas de países exportadores de commodities, já que o gigante asiático é o maior importador de matérias-primas do planeta e tem relações comerciais próximas com uma série de nações emergentes, incluindo o Brasil.
Os mercados aguardam uma importante coletiva de imprensa do Ministério das Finanças da China no sábado, em que devem ser detalhadas algumas das medidas fiscais a serem adotadas pelo governo para impulsionar a economia.
Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX Banco de Câmbio, disse que as dúvidas quanto à saúde da economia chinesa favoreceram a alta do dólar frente ao real na semana, movimento que também respondeu a preocupações com o risco fiscal doméstico em meio a uma economia aquecida.
"Na sessão de hoje, o mercado ficará atento à elevação das tensões no Oriente Médio, bem como a falas de alguns dirigentes do Fed, e também em relação a se alguma novidade referente aos receios fiscais aqui no Brasil", completou.
Com a recuperação desta sexta, o dólar recuava ante o peso mexicano, o peso chileno e o peso colombiano.
O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,08%, a 102,810.
Outro foco de atenção presente nesta semana, a escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio continuava no radar de agentes financeiros, que ainda aguardam como Israel responderá ao ataque recente do Irã contra o território israelense.
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