Ibovespa avança com Petrobras antes de decisões de BCs; Azul dispara

Publicado em 16/09/2024 11:01

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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, puxado principalmente pelas ações da Petrobras, que acompanhavam a alta dos preços do petróleo, e com Azul disparando após confirmar negociação com credores.

Os negócios são permeados ainda por expectativas de agentes financeiros sobre as decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil previstas para esta semana.

Por volta de 10h50 o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,35%, a 135.350,86 pontos. O volume financeiro somava 2,4 bilhões de reais.

"Com cenário indefinido, bolsa deve seguir em compasso de espera até quarta, dia de importantes decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos", destacaram analistas do BB Investimentos em nota sobre análise gráfica semanal do Ibovespa enviada a clientes.

Investidores permanecem relativamente divididos sobre o desfecho da reunião de dois dias do Federal Reserve de quarta-feira, que será conhecido às 15h (horário de Brasília) e terá o comunicado acompanhado por projeções, enquanto o chair, Jerome Powell, fala às 15h30.

"O Fed certamente reduzirá suas taxas esta semana. Mas em quanto é a pergunta de 1 milhão de dólares!", afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank. Um corte, segundo ela, está totalmente precificado, mas investidores não conseguem concordar sobre a magnitude.

De acordo com a ferramenta FedWatch, da CME, os futuros dos Fed Funds embutiam uma chance de 39% de um corte de 0,25 ponto percentual e uma probabilidade de 61% de uma redução de 0,50 ponto sobre a taxa atual, entre 5,25% e 5,50%.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também comunica sua decisão na quarta-feira, mas após o fechamento do mercado, e a maioria das apostas e expectativas é no sentido de uma alta de 0,25 ponto na taxa Selic, atualmente em 10,50% ao ano.

De acordo com o economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, a questão é como irá reagir o BC diante de um cenário de economia aquecida, expectativas para a inflação acima da meta, taxa de juros e de câmbio pressionadas, mas inflação presente bem comportada.

"Este é o dilema do Banco Central na reunião de quarta feira", acrescentou.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançava 2,29%, endossada pela alta em torno de 2% dos preços do petróleo no exterior, enquanto analistas do Itaú BBA elevaram a recomendação das ações a "outperform", bem como o preço-alvo dos papéis para 48 reais, o que implica valorização em torno de 30% antes a cotação de fechamento de sexta-feira. PETROBRAS ON valorizava-se 1,68%.

- AZUL PN disparava 7,07%, após confirmar no domingo que está discutindo com arrendadores de aviões uma "potencial" troca de dívida por participação societária na empresa. Na sexta-feira, os papéis dispararam mais de 20% após reportagem da Reuters de que a Azul está perto de um novo acordo com arrendadores de aviões, em que a companhia aérea oferece ações para pagar cerca de 600 milhões de dólares em dívidas.

- EMBRAER ON recuava 4,04%, tendo no radar conclusão de processo arbitral com a decisão de que a Boeing pagará 150 milhões de dólares à empresa. O acordo marca a conclusão de um processo iniciado depois que a Boeing desistiu de um acordo para comprar a principal divisão da Embraer, a de jatos comerciais, por 4,2 bilhões de dólares, em 2020. No ano, contudo, as ações da brasileira ainda saltam mais de 130%.

- VALE ON cedia 0,38%, sem a referência dos futuros do minério de ferro na China, onde os mercados estão fechados em razão de feriado. O vencimento mais negociado da commodity em Cingapura subia 0,45%. A mineradora também disse no sábado que está conduzindo verificações adicionais na barragem Forquilha III (MG) após uma inspeção de rotina identificar trincas superficiais.

- ITAÚ UNIBANCO PN subia 0,24%, em dia misto no setor, com BANCO DO BRASIL ON em alta de 0,39%, mas BRADESCO PN com variação negativa de 0,77% e SANTANDER BRASIL UNIT com declínio de 0,16%.

- MARISA LOJAS ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 5,08%, após publicar na sexta-feira resultado do segundo trimestre deste ano com aumento do prejuízo líquido para 102 milhões de reais, ante resultado negativo de 63,4 milhões registrado para o mesmo período de 2023. A receita líquida da companhia encolheu 34%.

- STONECO, que é negociada em Nova York, subia 1,3%, enquanto agentes financeiros continuam monitorando noticiário de que a empresa contratou os bancos de investimento JPMorgan e Morgan Stanley para vender a Linx, uma desenvolvedora de software voltado ao varejo comprada pela companhia em 2020 por 6,7 bilhões de reais.

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Fonte:
Reuters

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