Taxas futuras longas sobem no Brasil em dia sem a referência dos Treasuries

Publicado em 02/09/2024 16:41

Logotipo Reuters

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Sem a referência dos Treasuries em função de feriado nos EUA, as taxas dos DIs de curtíssimo prazo fecharam próximas da estabilidade nesta segunda-feira, mantendo a precificação majoritária de alta de 25 pontos-base da Selic em setembro, enquanto as longas subiram após o governo detalhar a proposta de Orçamento para 2025.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 -- que reflete a política monetária no curtíssimo prazo -- estava em 10,985%, ante 10,992% do ajuste anterior.

Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,88%, ante 11,847% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,975%, ante 11,924%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,16%, ante 12,095%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,13%, ante 12,075%.

O feriado do Labor Day (Dia do Trabalho) nos EUA manteve o mercado norte-americano de títulos fechado, o que reduziu a liquidez nos negócios também no Brasil.

O relatório Focus, com as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos, trouxe poucas mudanças nas expectativas de inflação. O IPCA projetado para 2024 passou de alta de 4,25% para 4,26%, enquanto a estimativa para 2025 foi de 3,93% para 3,92%.

Sem a referência dos Treasuries e com uma agenda relativamente esvaziada no Brasil, o trecho curto da curva a termo brasileira manteve o desenho da sexta-feira, quando declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dispararam uma redução das apostas de que a instituição elevará a taxa básica Selic em 50 pontos-base neste mês. Atualmente a Selic está em 10,50% ao ano.

“Campos Neto fez uma intervenção dizendo que o mercado estava exagerando um pouco nesta precificação do juro curto”, lembrou na manhã desta segunda-feira o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, em comentário enviado a clientes. “A curva acabou empinando, juro curto caiu, juro longo subiu”, acrescentou.

A precificação nesta segunda-feira seguiu apontando para chances maiores de o BC subir a Selic em apenas 25 pontos-base. Perto do fechamento a curva precificava 59% de probabilidade de alta de 25 pontos-base e 41% de chance de elevação de 50 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram de 63% e 37%, respectivamente.

Já as taxas dos DIs de prazos mais longos subiram, em continuidade ao movimento da sexta-feira de colocação de mais prêmios na curva, na esteira das preocupações com o equilíbrio fiscal no Brasil.

Pela manhã, o Ministério do Planejamento informou que o governo prevê fechar 2025 com um superávit primário de 3,7 bilhões de reais. Na sexta-feira, quando a proposta de Orçamento foi enviada ao Congresso, o governo havia se limitado a dizer que o texto previa que a meta de déficit primário zero para o ano -- que tem um intervalo de tolerância -- seria alcançada.

No Focus, a mediana das projeções do mercado aponta para déficit primário de 0,76% do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.

O Ministério da Fazenda informou ainda que decidiu prever no Orçamento de 2025 a extinção da desoneração da folha salarial de setores da economia e municípios no próximo ano, argumentando que projeto sobre o tema em análise no Congresso não prevê compensações para essa renúncia tributária.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário